Há, ainda hoje, a crença difundida na sociedade de que ser homossexual é antinatural. Esse é um dos muitos exemplos que demonstram que grande parte dos brasileiros não se preocupa com a veracidade do que ouve por aí, aceitando tudo o que lê e ouve como verdade. É também comportamento frequente não levar a sério instruções ou conhecimentos científicos comprovados que zelariam pela segurança e saúde dos indivíduos se estes não os negligenciassem. Por mais que se acredite que o brasileiro do século XXI pode adquirir qualquer conhecimento que deseja com um toque do seu celular, o que se percebe é uma quantidade imensa de informações distribuídas em redes sociais e outras plataformas online que não são verificadas com cunho científico, sendo divulgadas e acreditadas por qualquer um que veja nelas verdades absolutas. Com isso, não apenas o modo de viver encontra dificuldades para evoluir, mas as desigualdades sociais tendem a crescer. Outro agravante fundamentado na descrença no pensamento científico na sociedade brasileira é o assim chamado "jeitinho brasileiro". Uma de suas vertentes é baseada em não dar muita importância em instruções de procedimentos com segurança, admitindo-se que passar um pouco do limite não acarretará consequências negativas, já que seria, segundo essa mentalidade, mais prático de tal maneira. Exemplos catastróficos disso nos são apresentados de tempos em tempos, como o incêndio da boate Kiss em Santa Maria em 2013 ou a grave queda do avião que levava o time de futebol Chapecoense em novembro passado. Tendo isso em mente, mudanças na mentalidade dos brasileiros devem ocorrer imediatamente. O governo brasileiro deve perceber a seriedade do problema e promover campanhas televisivas sobre a necessidade da procura pela veracidade científica de informações, uma vez que nem todos tem acesso à internet. Além disso, a televisão e plataformas como o YouTube devem ser incentivadas a criar conteúdos de cunho científico, para não só entreter, mas divulgar conhecimentos verídicos para a população. E a educação pública, como base do conhecimento da classe média e baixa dos brasileiros, deve ser aprimorada com mais recursos e material didático de qualidade.