Na novela " O Alienista", Machado de Assis sintetizou a relação do povo brasileiro com a ciência nacional. O escritor deixou nítido que essa interação é cercada de descrenças e que as pesquisas não são levadas a sério no país. Nesse sentido, é preciso analisar os problemas dessa questão para que se possa reverter o quadro. Antes de tudo, é necessário salientar a falta de estrutura para as pesquisas e a emigração de cientistas de destaque. Isso ocorre devido a falta de investimentos públicos e privados na área do conhecimento. Tal fato corrobora o fenômeno denominado " Fuga de Cérebros", no qual os principais pesquisadores nacionais buscam melhores condições de trabalho em outros países. Dessa forma, a ciência brasileira não apresenta resultados satisfatórios, contribuindo para que a sociedade não dê credibilidade a essa esfera do conhecimento no país; o que deve ser modificado. Além do baixo nível de investimentos, criou-se uma visão distorcida dos objetivos governamentais no desenvolvimento de certos medicamentos. Esse fato se dá pela imposição de tratamentos sem a devida conscientização. Prova disso foi a Revolta da Vacina no começo do século XX, na qual o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, determinou a imunização dos habitantes da cidade, independentemente de suas escolhas. Assim, a desunião entre as informações e as ações públicas fomentam o ceticismo da sociedade em relação à ciência no país. Por isso, fica evidente a descrença no pensamento científico brasileiro. Portanto, são necessárias medidas que transformem esse contexto. Para tanto, as universidades devem fazer parcerias com empresas privadas por meio de programas de investimento e incubadoras científicas para que as pesquisas tornem-se, financeiramente, viáveis. Paralelamente, o Ministério da Educação e Comunicação deve veicular campanhas de vacinação com informações esclarecedoras em diversas mídias a fim de que a população entenda os benefícios das imunizações. Afinal, o povo e a ciência devem ter uma relação diferente da entre os moradores da Casa Verde e Simão Bacamarte.