Desde a eclosão da Revolução Científica nos séculos XVI a XVIII, o desenvolvimento das Ciências vem proporcionando a melhoria da qualidade de vida e o progresso tecnológico de muitas sociedades ao redor do mundo. No século XXI, no entanto, surgiu um paradoxo: ao mesmo tempo em que as informações se tornaram mais acessíveis através da internet, aumentou o número de pessoas que não acreditam no conhecimento científico. Essa situação pode ser explicada por dois motivos: a popularização das notícias falsas e a deficiência comunicativa entre a população e as fontes científicas. Em tempos de globalização, é fácil compreender que a descrença no pensamento científico não vem da falta de informação, mas sim do excesso desta. Desejando ganhar popularidade, muitas empresas jornalísticas espalham notícias falsas e alimentam teorias de conspiração, levando muitas pessoas a acreditarem na veracidade de informações que não foram comprovadas cientificamente. Por conta da rápida propagação desse tipo de conteúdo nos meios virtuais, ele passa a ser considerado verdadeiro, e o conhecimento efetivamente científico é negligenciado. Outro problema que favorece essa situação é a precariedade do contato entre as Ciências e a sociedade. Isso ocorre porque, geralmente, os artigos científicos são publicados com uma linguagem rebuscada e, portanto, distante da parcela da população que tem baixa escolaridade. Assim, o conhecimento científico fica restrito ao ambiente acadêmico e às elites do país e, para ser divulgado de forma ampla, precisa passar pelo tratamento da mídia, o que o torna passível de ser excluído, selecionado ou interpretado de forma incorreta. Em vista disso, para que seja possível aumentar a influência do pensamento científico na sociedade, é necessário que o Estado crie leis a fim de evitar a propagação de notícias falsas, estabelecendo punições para as empresas que divulgarem informações distorcidas sobre descobertas científicas. Além disso, é importante que se promova o aumento dos investimentos na área de Pesquisa e Desenvolvimento, visando, por exemplo, à criação de palestras de incentivo à produção e valorização do conhecimento científico, e à divulgação ampla e acessível dessas descobertas para a sociedade em geral.