Título da redação:

Coexistência entre crença e ciência

Tema de redação: A crescente descrença no pensamento científico no Brasil

Redação enviada em 17/06/2017

É valido destacar que cada indivíduo possui opinião previa e tende a dar mais atenção às evidências que apoiam as crenças deles, em contraponto diante de verdades científicas. Segundo Rousseau, o bem individual deve ser reprimido pelo bem geral. Nesse caso, a ciência, como bem social, deveria prevalecer. Entretanto, para Hobbes e Locke o objetivo da coletividade é a garantia do homem privado e, assim, as convicções seriam empoderadas. Em resumo, a divergência entre ambas resulta na dúvida de qual delas deve prevalecer ou se devem coexistir. Dessa maneira, existem indivíduos leigos ou com formação acadêmica que rejeitam o consenso científico sobre vacinação. Assim sendo, eles defendem que hodiernamente ocorre saneamento básico o que dificulta as epidemias. Em acréscimo, em 1904 no Rio de Janeiro, em razão dos agentes de saúde invadirem as casas e injetarem antígenos sem o consentimento da população, muitos brasileiros não apoiam a forma compulsória, considerada para esses como pressão da indústria farmacêutica. Portanto, esse movimento apoia o livre arbítrio e evidencia que o excesso de imunização na primeira infância pode ocasionar doenças, efeitos colaterais ou morte. Porém, o movimento anti- vacinas pode ter implicações perigosas na saúde pois, os pais acham que as imunidades artificiais ocasionam efeitos colaterais e, assim, deixam de realizar essa profilaxia nos seus filhos, corroborando para ressurgimento de patologias já erradicadas. Em adição, crianças com boa alimentação resistem as doenças, mas elas podem ser pontes de infecções em crianças com nutrição precária. Desse modo, uma opção equilibrada seria evitar o excesso de vacinas, mas não extinção desta. Logo, para se estabelecer o bem para a sociedade, deve-se abdicar de algumas liberdades. Em síntese, ao invés dos pesquisadores imporem os fatos científicos por meio de coersão é mais interessante examinar as “raízes” da falta de credibilidade nas pesquisas e tentar introduzir novas ideias a partir dessa análise. Ainda, a sociedade deve pensar no bem comum, mantendo-se informada por meio de profissionais especializados no assunto e não somente engajar em movimentos radicais. Ademais, o Judiciário deve fiscalizar as indústrias de vacinas. Certamente, o conhecimento científico não invalida as crenças e ambos não estão, necessariamente, em polos opostos, mas quando o segundo se torna radical e sem medidas, ocorrerão grandes problemas.