Título da redação:

Cientistas e comunicação: uma deficiência perigosa

Tema de redação: A crescente descrença no pensamento científico no Brasil

Redação enviada em 21/06/2017

A ciência nos ajuda a buscar as respostas para as perguntas que temos a respeito de tudo. Até hoje, o método científico, baseado em hipóteses, testes e análises de resultados é a forma mais confiável para buscarmos soluções para nossos questionamentos. No entanto, nos últimos anos temos visto com cada vez mais frequência nos meios de comunicação notícias sobre indivíduos que, seja por razões éticas, políticas ou religiosas não acreditam nas respostas da ciência. Talvez o mais preocupante destes casos seja a recusa de certos pais a vacinarem seus filhos. A imunologia, uma área da ciência relativamente jovem, cresce com diversas novas descobertas a cada ano, sempre associada ao desenvolvimento de novas tecnologias e à outras áreas da ciência, como a biologia molecular. Uma dessas descobertas foi o uso das substâncias adjuvantes, que potencializam o efeito das vacinas e podem causar efeitos colaterais fortes, principalmente em crianças, o que talvez tenha sido um dos motivos que levaram estes pais a tomar esta atitude radical. No entanto, não é estatisticamente comprovado pela ciência que a vacinação, seja com ou sem uso de adjuvantes, traga mais prejuízos que benefícios aos indivíduos. O sucesso da diminuição ou mesmo erradicação de doenças como a poliomielite, a varíola e o sarampo se deram principalmente às campanhas de vacinação que são realizadas regularmente no Brasil desde o início do século 20, com Oswaldo Cruz. É evidente que a comunidade científico-acadêmica e os agentes de saúde pública não estão sendo capazes de atingir esta parcela da população. Isso demonstra a deficiência dos cientistas na transmissão do conhecimento para a comunidade. Dessa forma, faz-se necessário uma revisão no método de formação do cientista moderno. É preciso que se invista mais no desenvolvimento da comunicação destes profissionais, para que eles possam atingir o público de maneira efetiva e esclarecedora, e assim desencorajar atitudes radicais que podem vir a se tornar um grande problema na saúde pública brasileira.