Desde suas origens, o povo brasileiro tem um apreço por tudo aquilo que é místico e religioso, o que, em muitos casos, acaba gerando certa desconfiança no pensamento científico. E mesmo com um maior acesso, pela população, ao conhecimento científico, há uma tendência no crescimento da descrença na ciência pelo brasileiro, causada, muitas vezes, por teorias conspiratórias que circulam nas redes sociais. Está cada vez mais comum, em países desenvolvidos e no Brasil, ver pais que se recusam a vacinar seus filhos sob a alegação de que esse ato estaria causando mais malefícios do que benefícios. Essa alegação se baseia em uma possível explicação para o aumento de doenças, como o autismo, nas últimas décadas (coincidindo com o aumento da vacinação), apesar de não existirem pesquisas científicas suficientes que corroborem essa relação. Além disso, a crescente descrença no pensamento científico está relacionada à popularização de seriados e filmes que tratam de conspirações envolvendo a existência de seres e fenômenos sobrenaturais, como no seriado americano, Arquivo X, no qual o casal protagonista tenta explicar casos não resolvidos pelo FBI por meio de explanações que desafiam as leis da ciência. Por conta das inovações na cinematografia, os filmes e séries estão ganhando traçados cada vez mais realistas, podendo fazer com que o telespectador realmente acredite no que vê, mesmo que aquilo não tenha base científica. Por conseguinte, é necessário restaurar a crença do brasileiro na ciência. E para isso, o governo deveria investir em campanhas, nos meios de comunicação e nas escolas, apontando os benefícios da vacinação, não só para as crianças, mas também para a população no geral, de modo a incentivar os pais a levarem seus filhos tomarem vacina. Ademais, a televisão aberta deveria incluir em sua programação documentários, filmes e seriados que tenham estofo científico e sejam de fácil compreensão para o público, a fim de popularizar o pensamento científico.