O recente levantamento de dados referente à produção acadêmica no Brasil confirmou ser uma das menores do mundo. Não por falta de pesquisadores, alunos e entusiastas empenhados em alavancar esse ranking. Além de estarmos distantes de disseminar informações sobre o trabalho científico de maneira clara, objetiva e efetiva à sociedade, os maiores empecilhos vêm através da falta de fomento e credulidade na capacidade intelectual de ascensão tecnológica advinda das escolas e universidades do país. Cientistas são cobrados por respostas cujo empenho não reflete a verdadeira importância e valor que se dá à educação. O ideal científico que deveria servir como pilar para a construção de ideias torna-se limitado, embotando a capacidade de resolução de problemas e impedindo que mudanças renovem as expectativas de vida. Feiras, Simpósios e Olimpíadas de Ciências e Matemática são realizadas em escolas destacando exatamente o intuito promissor dessas atividades e é exatamente nesse momento que futuros cientistas podem estar surgindo. Nos últimos meses, o Governo Federal reduziu em mais da metade a disposição de bolsas de pesquisa em níveis de graduação e pós-graduação em todo país, reduzindo drasticamente a potencialidade das ações e detendo avanços que poderiam ser construídos. A delimitação na perspectiva de mudança caracteriza o descaso ante parte da sociedade que visa o conhecimento como instrumento da renovação e o pensamento científico como o único capaz de responder questionamentos pautados em resultados plausíveis e ratificados. O ensino e a pesquisa são investimentos a longo prazo. A aquisição de conhecimento requer dedicação, empenho e ação. Como consequência, artigos como a vacina, testes e medicamentos são exemplos de recursos que advém da construção intelectual que foi exigida, onde, em determinado momento, será completamente revertido à sociedade como modelos de prevenção, expectativa e qualidade de vida, e, substancialmente, cura. Ao contextualizar as informações de forma objetiva, é possível determinar que, a pesquisa científica se inicia a partir do instante em que há conscientização de que ela é válida, importante e imprescindível para a sociedade. Por outro lado, fazer ciência custa caro. Faz-se necessário fomentar desde o ensino básico a ideia primordial de que avanços são realizados quando se permite, através do incentivo. É preciso deixar claro que a ciência existe baseada em um critério científico que deve ser seguido. Eventos escolares que estimulem a capacidade intelectual dos estudantes, assim como aulas extracurriculares de ciências naturais, o envolvimento com a sociedade desmistificando saberes são um bom começo para entender o porquê de sermos poeira das estrelas.