Título da redação:

Analfabetismo Científico

Tema de redação: A crescente descrença no pensamento científico no Brasil

Redação enviada em 22/06/2018

Na Grécia Antiga, os primeiros filósofos, utilizando a racionalidade do pensamento, começaram a questionar as explicações mitológicas para os fenômenos da natureza. Dessa forma, essas primeiras indagações interferiram substancialmente na história do pensamento e, com isso, contribuíram para o desenvolvimento do método científico, imprescindível para a ciência. No entanto, hodiernamente, percebe-se que há uma crescente descrença no pensamento científico no Brasil decorrente não apenas do analfabetismo científico da população, como também do baixo investimento do Estado no fomento à ciência no país. Convém ressaltar que, o entendimento da importância da ciência ou, assim como afirma Paulo Freire, para qualquer transformação em sociedade, encontra suas bases na educação. Entretanto, o precário sistema público de ensino, tanto em níveis de infraestrutura com ausência de laboratórios de pesquisa na grande maioria das escolas e a falta de adaptação às novas tecnologias, como também as falhas nas metodologias utilizadas em sala de aula que não apresentam o método utilizado pela ciência, assim como, não expõem, de forma prática, a aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos pelos estudantes ao longo da vida escolar, resulta em uma população, cada vez mais, analfabeta cientificamente e, portanto, inconsciente da importância da ciência para o desenvolvimento do país. Além disso, a crescente descrença no pensamento científico brasileiro dar-se a partir da não valorização do Estado no fomento à ciência no país. Nesse sentido, a junção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o Ministério de Comunicações ocasionando, conforme MCTIC (Ministérios fundidos), no corte de 44% do orçamento previsto para o ano de 2017, resulta em baixa visibilidade da importância das pesquisas e, com isso, contribui para o aumento da descrença dos brasileiros. Cabe ao Estado, portanto, realizar o planejamento do orçamento público visando maiores investimentos tanto na construção de laboratórios nas escolas públicas de ensino e implantação de quadros interativos com uso da tecnologia em sala de aula, como no fomento à ciência por meio da destinação de recursos para instituições de ensino e pesquisa. As escolas, enquanto agentes educacionais, devem colocar os alunos frente a metodologia utilizada na ciência, bem como demonstrar a aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos por meio da realização de experimentos em laboratório e no uso da rede na demonstração de outras formas de aplicação da ciência. Por fim, ao instigar o pensamento científico dos estudantes e dar maior visibilidade da importância da produção científica para a sociedade e para o desenvolvimento do país, poder-se-á caminhar para grandes transformações da sociedade, a partir do uso da racionalidade do pensamento, assim como na Grécia Antiga, que tanto contribuiu para o desenvolvimento e construção do pensamento não apenas no Ocidente, mas em todo o mundo.