A sociedade pós-moderna não sofre da carência de recursos, mas pelo excesso deles, como é o caso da comunicação, o que faz com que as notícias sejam previamente selecionadas segundo critérios subjetivos, muitas vezes envolvendo questões políticas ou de interesses de anunciantes. Mas esse método, apesar de ainda funcionar na medida em que continua manipulando as massas, tem feito muita gente desacreditar nos meios de comunicação e nos meios científicos – afinal, quem lhes garante que os resultados da ciência não são também manipulados? – o que tem levado ao abando dos meios tradicionais de informação e a busca dela em novos meios, como a internet. Porém, por ser um domínio livre, é possível encontrar na rede diversas informações, certas ou erradas, científicas ou empíricas, que acariciam nosso ego ou não. Sendo assim, nesse ambiente de incertezas sobre quem está correto e onde o dinheiro dita as verdade e os resultados, acabamos desacreditando no que lemos, exceto quando lemos algo que já havíamos pensado anteriormente, de forma que o texto apenas infles nosso ego e não nos tire da nossa bolha. Esse fenômeno foi chamado de Pós-verdade pelo sociólogo Bauman e, segundo ele, a sociedade moderna já não acredita mais em evidências, na verdade ou na ciência, mas somente naquilo em que quer acreditar, ou seja, é uma sociedade teimosa que se recusa a sair de sua zona de conforto e que não tem senso crítico para distinguir o que é uma manipulação frente ao que é real, ou uma especulação frente ao que foi testado rigorosamente. Especificamente no caso brasileiro, ainda temos um número crescente de novos fiéis em igrejas de massa que se posicionam muitas vezes contra a ciência. E como a população vê mais a presença da igreja do que da ciência, dá mais credibilidade à fé. Infelizmente a reversão desse cenário todo é complicada, mas teria que envolver a democratização dos meios de comunicação – feita pelo congresso -, um melhor ensino de ciências e do pensamento científico nas escolas – envolvendo o EC e os professores -, e, principalmente, incentivar os desenvolvedores da ciência a fazerem com que ela saia das universidades e centros acadêmicos para atingir também a população para que esta veja sua utilidade, importância e credibilidade.