Originalmente usada pelo escritor Horácio, a expressão "fugere urbem" foi adotada como lema pela literatura árcade, para simbolizar o poeta que se desloca da vida agitada da cidade e vai para a calma zona rural.Nesse sentido, e não obstante, a modernidade trouxe consigo a capacidade de locomoção em larga e rápida escala, e a melhoria da economia possibilitou um maior fluxo de pessoas e veículos pelas ruas brasileiras.O problema surge, contudo, quando, por falta de infraestrutura e por ineficiência pública, o número de veículos nas ruas atravanca todo o funcionamento da cidade. Conforme uma pesquisa do IBOPE, 83% da população se prontificaria em abdicar seus respectivos automóveis e adotar o transporte público para a locomoção, se esse transporte fosse de fato eficiente.Mas , ao analisar a situação caótica dos coletivos de todo o território nacional, torna-se visível que o transporte público é ineficiente, insuficiente e precário.Em contraponto, o alto índice de veículos individuais pelas ruas acomete uma forte emissão de gases poluentes no ar, além de causar grandes congestionamentos nas cidades, interferindo no direito de ir e vir de cada cidadão.Em síntese, o Brasil vive uma verdadeira crise de mobilidade urbana. Todavia, a problemática está longe de ser solucionada, visto que não existem recursos suficientes para acomodar de maneira digna e legítima, os brasileiros, em vagões de trem ou em ônibus de lotação.Isso se justifica pelo fato de que, em sua maioria, esses veículos não possuem adaptações- para deficientes, grávidas e idosos- nem espaço suficiente.Destarte, as ciclovias cumpririam incontrovertivelmente um papel fundamental nesse sentido, pois são sustentáveis e compactas.Conquanto, assim como foi supracitado, os recursos estatais estão em falta, e, dessa forma, os carros continuam a rodar a todo vapor. Fica nítido, portanto, a necessidade de uma intervenção civil e estatal.Em primeiro plano, o Ministério do Transporte deve destinar uma maior parcela dos incentivos estatais para o aumento gradativo do número de ônibus, trens e metros públicos, além de reformar aqueles que não estiverem devidamente adaptados.Dessa forma, o acesso a esse recurso será melhor dimensionado.Em conjunto à essa medida, cabe as ONG's locais a distribuição de cartilhas conscientizadoras pelas cidades brasileiras, que informem sobre a importância de ser sustentável e versátil no trânsito.Por fim, o Ministério das Comunicações deve instaurar uma campanha que, em conjunto a população, saia às ruas pintando faixas delimitativas para bicicletas e pedestres, e sinalizando adequadamente cada uma, a fim de tornar mais prazeroso essas atividades simples e facilitar a locomoção de todos.