Na formação do encadeamento do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o Brasil passou por uma urbanização tardia, consequentemente, levou a diversos contingentes socioespaciais, tais que afetam grande parte da população, a qual, hoje, é composta por 84% urbana. Ademais, prejudica as comunidades periféricas que são produto dessa má administração geográfica. Em virtude disso, surge a problemática da submoradia, subemprego e marginalidade que persiste na realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pelo lento processo de formação territorial. Nesse contexto, é perceptível que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema, logo que é garantido pela Constituição de 1988, ao cidadão, saneamento básico e moradia digna. Entretanto, isso não condiz com a realidade brasileira, assim que as cidades receptoras não recebem investimentos públicos suficientes para obras de infraestrutura urbana, tendo assim, seus direitos negados pelo governo que age de forma negligente, o que ocasiona a uma acelerada construção de moradias clandestinas. Outrossim, as desigualdades sociais ainda prevalecem na paisagem urbana. Com isso, surge a violência, a qual impulsiona a criação de condomínios fechados, que trazem como benefício a segurança para as famílias, as quais correm riscos diários, mas, consequentemente, traz também a exclusão social, que gera cada vez mais uma segregação socioespacial, a qual desertifica lugares públicos e deteriora o âmbito urbano. Embasado no quadro exposto, o Ministério das Cidades deve dar subsídio para as famílias que não possuem condições de ter um lar digno, logo que é evidente a falta de compromisso do Governo para com o cidadão. A comunidade deve estar presente na organização da cidade, logo que ela paga impostos e têm direito a participação da construção de tal. Também é necessária a intervenção do Ministério da educação, investindo em escolas de qualidade e garantia de capacidade no campo do trabalho, colaborando no crescimento do Estado, assim que a educação muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo, de acordo com Paulo Freire.