Título da redação:

Mobilidade nas Grandes Cidades Brasileiras no Século XXI

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 29/10/2017

Segundo o ex-presidente brasileiro Washington Luís: “governar é fazer estradas”. A política de incentivo ao setor automobilístico gerou problemas de locomoção nas grandes cidades uma vez que o número de pessoas que gastam mais de duas horas e meia no transito passou de 26% para 31% em 2014 (dados da Confederação Nacional da Industria). É necessário redirecionar o plano de locomoção brasileiro e equipara-lo as necessidades dos novos tempos. A raiz dos problemas atuais de mobilidade nos grandes centros urbanos parte de meados do século passado. O então presidente JK, para estimular a implantação das fábricas de automóvel no pais, dirigiu políticas de adaptação das cidades para atender a demanda por espaço dos carros criando ruas e estradas mais largas. No entanto a política não foi capaz de acompanhar o aumento vertiginoso do número de automóveis nas décadas seguintes. Isso gerou uma grande disputa por espaço nas grandes cidades. Sem logística para suporta o montante de veículos, os grandes centros têm diariamente suas vias principais congestionadas. Isso afeta a qualidade de vida das pessoas, que estão mais suscetíveis a problemas relativos a stress e problemas respiratórios. O problema afeta também economia do país. Segundo o Instituto Akatu, se o tempo de transporte médio fosse reduzido para 30 min e o tempo sobresselente usado no trabalho, o país produziria R$ 200 bilhões a mais em receita por ano. O principal fato que contribuiu para o incremento do número de carros próprios nas ruas é a ineficiência do transporte público. No período citado acima, o setor recebeu pouco investimento. Isso representou uma medida protetiva para que não houvesse concorrência direta a nascente indústria automobilista brasileira. Na maioria das cidades, essa modalidade de transporte não é capaz de atender a população com conforto e os ônibus competem por espaços diretamente com os carros comuns, agravando o problema de congestionamento. A dinâmica de formação das cidades é outro fator que agrava a questão da mobilidade. A maioria das empresas, centros de cultura e entretenimento se encontra nos grandes centros ao passo que a maior parte da população se encontra afastada na periferia. A falta de transporte público eficiente e alternativas (vias para bicicleta ou malha viária para metrô) acaba por dificultar ou, em certos casos, privar os cidadãos do acesso a totalidade de recursos que uma cidade pode oferecer. Em tese, isso pode ser considerado um desrespeito ao direto comum de ir e vir. Por meio de incentivos tributários, os governos estaduais devem conduzir uma política de descentralização dos setores produtivos e comerciais das empresas para regiões mais acessíveis aos trabalhadores. Tal medida propicia a redução do tempo de viajem até o trabalho e diminui a demanda pelo transporte público. É importante ainda que o Ministério dos Transportes, em parceria com as prefeituras e empresas do setor privado, importe o mecanismo de bicicletas públicas de uso compartilhadas e melhorem a cobertura e alcance das ciclovias. Assim, o acesso a cidade será mais democrático.