A mobilidade urbana se refere às condições de deslocamento de uma população no espaço geográfico das cidades. No Brasil, as metrópoles, principalmente, encontram dificuldades no ir e vir, pois, muitas pessoas estão dando preferência ao transporte individual, em detrimento do transporte coletivo público, sendo que esse é precário. O Brasil durante o século XX foi essencialmente rodoviarista, ou seja, priorizava a abertura de estradas e o uso de carros e caminhões pra locomoção e transporte. Essa herança histórica pode ser visualizada nos 49,8% da população que possui veículo particular (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE). Nesse sentido, a cidade de São Paulo, por exemplo, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), detém uma frota de cerca de 8 milhões de veículos, acarretando em vários quilômetros congestionamento em vias da cidade. Apesar disso, a população ainda prefere o carro, pois afirmam que é confortável e que o coletivo é superlotado e mais demorado. O processo de imigração e encarecimento dos terrenos centrais, entre outros fatores, contribuíram para a configuração das grades cidades. Sendo que a população com menor poder aquisitivo se concentra nas regiões periféricas e segregadas, o que aumenta a necessidade do uso de transporte público, pois os serviços, como saúde, entretenimento e cultura estão localizados nas regiões mais abastadas. No entanto, apesar da demanda, durante décadas e não diferente hoje, a prioridade dos investimentos em mobilidade foram destinados ao individual e às regiões onde vive a elite. Dado o exposto, é notório que essa problemática precisa ser superada. Para tanto, o Estado deve investir em transportes públicos, por meio da modernização dos sistemas de ônibus, trens e metrôs, a fim de estimular o uso deles, como diz o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, “cidade avançada não é aquela onde os pobres andam de carro, mas sim aquela onde os ricos andam no transporte público”. Outrossim, as prefeituras precisam incentivar o uso de bicicletas, construindo ciclovias e ciclofaixas, pra que os cidadãos se interessem em deixar seus carros e motos em casa.