Um dos objetivos propostos no “Plano de Metas” do ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), em seu mandato de 1956 a 1961, foi ampliar e modernizar o transporte brasileiro. O modelo aplicado por JK foi o “rodoviarismo”, buscando interligar outras partes do Brasil, descentralizar o potencial econômico da região sudeste e atrair indústrias estrangeiras para fabricar seus automóveis no Brasil, trazendo a modernidade para o país. Porém, o “plano” de JK não foi muito bem sucedido, tanto que, hoje a população brasileira enfrenta problemas com a dificuldade de mobilidade urbana, principalmente, nas grandes metrópoles. Primeiramente, a problemática ocorre devido a má qualidade do transporte público. Na famigerada “Revolta dos 20 centavos”, no ano de 2013, o Governo Federal aprovou o aumento nas tarifas do transporte público (ônibus, trens e metrôs) e isso levou a um levante popular nacional, onde diversas manifestações eclodiram pelo país. A ação foi motivada, principalmente, pela população não aceitar pagar mais por um serviço sem qualidade proporcional, o que leva ao desejo brasileiro de possuir seu carro próprio e fugir do caos no transporte público. Outro problema é o aumento da frota de automóveis no país. Segundo dados, de 2013, realizado pelo cruzamento de informações fornecidas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil já tem um automóvel para cada 4,4 habitantes. Além disso, a pesquisa revela que das dez cidades com mais carro por habitante, nove estão na região Sudeste, contrariando o objetivo de JK. O número elevado de automóveis gera engarrafamentos quilométricos, alta emissão de poluentes, estresse nos motoristas, migração pendular (mora e trabalha em cidade distintas), entre outras consequências. Por fim, a problemática não é impossível de ser resolvida, porém, precisa de comprometimento do Estado em realizar medidas cabíveis. Primeiro, o Ministério do Transporte ampliar e incentivar, urgentemente, o transporte público, por meio de melhoria na qualidade dos ônibus, trens e metrôs e também construir ciclovias e disponibilizar bicicletas em pontos estratégicos da cidade, para aluguel. Além disso, o Estado explorar novas formas de transporte, como o fluvial, afinal o Brasil tem diversos rios navegáveis. Também, criação de políticas que regulamentem a venda de moradias para quem trabalhará na região, feito pelo poder legislativo. Assim, o plano de JK será bem sucedido.