Muito se tem discutido, recentemente, acerca da mobilidade urbana brasileira, devido ao intenso tráfego de veículos nos grandes centros. Pode-se ressaltar que, muitas vezes, essa problemática é derivada do aumento do número de automóveis e do crescimento desordenado das cidades, o que gera a ausência de flexibilidade do cidadão diante do trânsito. Dessa forma, a simples circulação de indivíduos passa a ser comprometida em detrimento do elevado tempo e distância gastos para percorrer determinado percurso. A partir de 1920, com o surto industrial, fica evidente o desenvolvimento dos sistemas de transporte e a instalação de empresas multinacionais no Brasil. Diante desse contexto histórico, o automóvel passa a ser sinônimo de poder econômico, ideologia a qual ainda persiste na atualidade, porém, através do avanço das relações socioeconômicas, esse bem material adquiriu função de auxílio para a locomoção de trabalhadores. Entretanto, grande parte da estrutura urbana, no âmbito da pavimentação e da engenharia de tráfego, não obteve um progresso equiparado ao uso de veículos em grande escala. Desse modo, a mobilidade urbana nas grandes metrópoles adquiri aspectos à serem trabalhados, como uma melhor articulação das vias públicas em consonância ao incentivo do uso de transportes coletivos, evitando o stress e o elevado tempo ao transitar em pequenas distâncias. É Importante destacar que, o processo de urbanização brasileira, geralmente, desenvolve-se de forma desordenada, com a expansão de grandes centros sem o equilíbrio entre áreas comerciais e residenciais. De acordo com esse fato, existe, frequentemente, a ausência de planejamento da ocupação de novas regiões devido a desarmonia entre a concentração de postos de trabalho e serviços básicos em uma determinada área, em contraste a uma zona predominantemente residencial. Assim, surgem obstáculos para a flexibilidade do cidadão, os quais destacam-se como os grandes percursos realizados por trabalhadores e estudantes a fim de realizarem suas tarefas, gerando um aumento no tráfego de automóveis. Portanto, para intervir na crise da mobilidade urbana no Brasil, é necessário o desenvolvimento de mecanismos governamentais como a modernização dos sistemas de transporte coletivo, com a implantação de VLT’s e ônibus padronizados, como visto na realização dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro. Ademais, a construção de bairros multifuncionais, com a finalidade de manter o equilíbrio entre os postos de trabalho e a moradia do cidadão, ambas as medidas para otimizar o tempo e as distâncias no trânsito.