O forte desequilíbrio nos fluxos de transporte Brasileiro é facilmente perceptível. O incentivo a construção de rodovias na década de 30 durante o governo Vargas tornou o sistema rodoviário responsável por 61% dos deslocamentos realizados atualmente. Essa excessiva dependência combinada a falta de planejamento urbano resultou em caos nas vias das principais metrópoles do país. No Brasil em um intervalo de apenas 60 anos, 240 milhões de pessoas migraram para as cidades. Esse crescimento urbano acelerado e sem planejamento certamente reflete uma série de problemas vividos pela sociedade. De acordo com dados disponibilizados pelo IBGE, mais de 50% do trafego da cidade de São Paulo é realizado em movimento pendular, aquele efetivado por trabalhadores que residem em uma cidade e trabalham em outra, o que intensifica ainda os engarrafamentos. As longas filas de transito nos horários de pico das grandes cidades fazem o brasileiro questionar sua predileção pelo automóvel. A utilização de transporte publico teve um aumento de 23% e o uso da ciclovia recém inaugurada na Avenida Paulista mais que dobrou em 2015. Apesar do incentivo a atividade visando melhorias na saúde e na redução de congestionamentos, a falta de segurança nas ruas devido o desrespeito de motoristas com os ciclistas impede seu crescimento satisfatório. O transporte publico brasileiro é considerado ruim e ineficiente, com passagens caras e ônibus frequentemente lotados, veículos em condições ruins, além do grande tempo de espera nos pontos de ônibus e metrô. A tendência é de que o uso dessas alternativas cresça ainda mais desde que haja uma melhora na qualidade dos serviços. A necessidade de investimentos públicos em infraestrutura e na ampliação das frotas de ônibus, trens e metrôs é essencial para a população abdicar do uso de veículos particulares. A garantia de segurança em ciclovias concretizaria a pratica. O principal problema é a ineficiência da gestão pública na área da mobilidade urbana, devido sobretudo à falta de transparência, clareza em termos de aplicação de recursos e respeito à população que paga tributos, porém não recebe serviços seguros e eficientes de transporte.