Na década de 1920, Washington Luís então presidente do Brasil, possuía o lema "governar é abrir estradas". Diante desse fato, fica demonstrado a relevância que o rodoviarismo teve e ainda mantém no país. No presente, a sociedade enfrenta uma grave crise de mobilidade urbana. Nesse sentido, esse problema é em parte motivado por questões como a valorização icônica do carro associada a uma má gestão da Administração Pública. Inicialmente, vale ressaltar o fator cultural que age como um fato social durkheimiano. Em virtude disso, o veículo individual exerce uma função simbólica de autonomia e conquista financeira. Dentro desse contexto, impulsionada por uma política de crédito e incentivos fiscais, a aquisição de automóveis saltou e consequentemente esse aumento agravou o problema de locomoção nos grandes centros urbanos. Outrossim, é de conhecimento amplo que, de forma geral, não há um gerenciamento eficiente da locomobilidade urbana. Nesse sentido, mantém-se a lógica rodoviarista em detrimento da necessidade de expandir a malha metroviária e ferroviária. Além disso, é comum observar meios de transportes sucateados, faltas de ciclovias, etc. Portanto, fica claro a existência de um grande desafio que encontra pilares como o enaltecimento do carro e uma má gestão pública. Com intuito de minimizar essa problemática, deveria haver integração entre as esferas Municipal, Estadual e Federal com o objetivo de estabelecer diretrizes que visem integrar os modais de transporte e fomentem os de maior captação como metrô. Ademais, é interessante que se estabeleça mecanismos de subvenção ao transporte público como ocorre na França em que o Estado arca em parte com os custos de operação do serviço.