Título da redação:

Direito de ir e vir

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 19/10/2017

Na década de 50, no grandioso projeto desenvolvimentista, Plano de Metas, do governo de Juscelino Kubitschek, houve um crescimento desordenado da indústria automotiva, causando, assim, graves problemas na mobilidade urbana brasileira, que na contemporaneidade se tornou uma situação prejudicial ao bem-estar nacional. Para combater esse problema, é necessário identificar suas causas, que estão relacionados principalmente a ineficiência política do Estado de garantir o direito de ir e vir da população. Primeiramente, os rumos das políticas continuam privilegiando a circulação de automóveis. No conjunto de investimentos na Copa, por exemplo, uma das intervenções foi que, para cada pista construída para a circulação dos ônibus, se construiu cinco pistas de rolamento para carros. Sendo assim, evidencia-se que a provisão de meios de circulação mantém a primazia do setor automotivo, atendendo mais aos grandes interesses econômicos do que as reais necessidades de deslocamento da população, resultando em excesso de automóveis e os constantes riscos de acidente nas ruas. Outrossim, cabe ressaltar a ineficiência dos transportes públicos no país. A Organização Mundial da Saúde, afirmou que a questão do transporte coletivo é uma questão de saúde pública, uma vez que um transporte eficiente diminuiria o número de carros nas cidades, diminuindo também os índices de poluição, acidentes, inatividade física, entre outros. Porém, esse tipo de trasnporte é negligenciado pelo Governo, havendo uma superlotação nos ônibus, devido ao pequeno número desses em circulação, e sua baixa qualidade. Urge, portanto, que o direito de ir e vir seja viabilizado de forma efetiva na realidade brasileira. Convém, então, que a sociedade civil organizada exija do Estado colocar na pauta da agenda das políticas públicas não só mecanismos de restrição ao uso do automóvel, como rodízios ou pedágios urbanos. Paralelamente, o Ministério das Cidades deve ampliar a rede pública de transportes, e melhorar seu conforto, visando ao fim dos congestionamentos e, consequentemente, à redução dos problemas de ambientais e de saúde.