Título da redação:

Desenvolvimentismo decadente

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 14/08/2017

O plano nacional desenvolvimentista, de Juscelino Kubistchek, objetivava o forte incentivo à compra de veículos automobilísticos pela população brasileira. Todavia, o cenário contemporâneo da crescente crise da mobilidade urbana contradiz o acúmulo desses bens, necessitando de alternativas eficazes para solucionar o impasse. Nessa perspectiva, faz-se coeso analisar a questão tanto em âmbito estrutural, quanto social. Precipuamente, é indubitável que a carente infraestrutura nacional se caracteriza como agente propiciador da problemática. Segundo Aristóteles, a política deve ser usada, por meio da justiça, para alcançar o equilíbrio na sociedade. Analogamente ao filósofo, é possível inferir que os precários investimentos neste setor quebram esta harmonia, uma vez que, as avenidas congestionadas são reflexos imediatos da ausência de vias alternativas como ciclovias, transportes públicos de qualidade e ferrovias, por exemplo. Desse modo, índices como o do IBOPE afirmadores de que 83% da população usam carro por falta de outros meios eficientes, perpetuam a má fluidez do trânsito no país. Outrossim, a persistência do estimulo público à compra de carros e motocicletas corrobora com o intenso fluxo nas ruas. De acordo com Emile Durkheim, a forma coletiva de agir e pensar é redigida por um fato social, composto de fatores externos, coercitivos e generalistas. No Brasil, observa-se que o elevado número de automotores se enquadra na teoria do sociólogo, haja vista que, se uma criança é educada em um lar cujos membros da família tenham veículos pessoais e se locomovam por meio destes ela tende a reproduzir tal atitude no futuro, ainda que involuntariamente. Com isso, hábitos eco sustentáveis como ir à escola de bicicleta, ônibus ou caminhando, tornam-se cada vez mais escassos. Entende-se, portanto, a necessidade de solucionar os problemas supracitados, visando uma mobilidade fluida nos centros. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal pode investir no aumento das malhas viárias, corredores de ônibus e ferrovias, aliado às prefeituras municipais, com intuito de oferecer opções eficientes de transportes, substituindo o uso massivo dos carros. Além disso, o Ministério da Educação deve promover campanhas, com as emissoras abertas, estimulando a adoção de outras práticas de transporte, como o ciclismo e as caminhadas, esclarecendo seus benefícios tanto próprios como gerais. Assim, o desenvolvimento proposto será alçado sem prejuízos de mobilidade.