Título da redação:

Crise de mobilidade urbana: uma questão estrutural

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 27/09/2016

A partir do século XX, com a industrialização, iniciou-se um intenso processo de urbanização, que foi marcado por um êxodo rural. Assim, a formação do espaço urbano não possuiu um planejamento adequado e em consequência a mobilidade urbana não se distinguiu a isso, seguindo um modelo pautado na criação, predominante, de rodovias, sendo adotado por diversos governantes, tais como Juscelino Kubistchek e militares. Desse modo, existe uma crescente crise de mobilidade urbana, que está intrinsecamente ligada à ausência de estruturas adequadas nas vias urbanas e ineficiência do transporte público nas cidades. Indubitavelmente, a frota brasileira nos dias atuais tem aumentado consideravelmente, Segundo dados do DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito), o Brasil terminou o ano de 2012 com mais de 50 milhões de automóveis e cerca de 20 milhões de motos. No entanto, muitas vias brasileiras não possuem a infraestrutura que suporte essa grande frota, já que não ocorreram as adequações do sistema viário em muitos centros urbanos, como a criação de faixas exclusivas de ônibus, construção de vias alternativas, que diminua o tráfego em algumas vias principais durante o horário de pico, entre outras. Como efeitos disso, os congestionamentos tornam-se mais intensos. Ademais, a ineficiência dos transportes públicos em muitas cidades brasileiras contribui bastante para a deflagração de problemas de mobilidade urbana, pois algumas inadequações desse serviço, tais como frota insuficiente para a população, falta de estrutura física dos transportes, impontualidade, entre outras; fazem com que ocorra a busca, por grande parte da população, pela aquisição de um veiculo, a fim de dispor de uma melhor qualidade de vida, intensificando os problemas advindos de uma grande frota, como os congestionamentos. Desse modo, demonstraria conformidade com a lei de mobilidade urbana, 12.578 de janeiro de 2012, que determina que apenas 30% das vias devem ser destinadas a veículos particulares. Entende-se, por conseguinte, devem-se elaborar projetos-pilotos de redimensionamento das formas de circulação de veículos particulares e coletivos, com a avaliação dessas nos horários de pico, por meio das prefeituras em parceria com órgãos de trânsito, como o DETRAN (Departamento de Trânsito). Esses projetos têm como finalidade diminuir os congestionamentos nas vias mais movimentadas. Ademais, deve-se haver um maior investimento no transporte público por parte das prefeituras em parceria com empresas de transporte coletivo, para a modernização da frota, o aumento do itinerário e melhor distribuição dele, conferindo maior pontualidade, entre outras medidas que tornem o transporte público mais atrativo.