"Vivemos tempos líquidos. Nada é pra sempre.", seguindo o pensamento de Zygmunt Bauman, a sociedade brasileira vê o mundo sobre uma ótica imediatista. Essa diretriz tem gerado adversidades, como o aumento da dificuldade de locomoção nos centros urbanos. Isto ocorre porque a população brasileira é influenciada a optar pelo transporte privado, em detrimento de uma melhor qualidade de vida no futuro. Um dos fatores para o predomínio dos carros nas vias urbanas é a má qualidade do transporte público, que é negligenciado pelo Estado. Quando um cidadão utiliza o transporte coletivo se depara com frotas sucateadas, lotação excedente e alto preço das tarifas; inflando o desejo de comprar um carro, e assim, mantendo o alto faturamento das montadoras; grandes contribuintes de campanhas eleitoreiras. Infelizmente, essas escolhas individuais afetam negativamente o coletivo. Em virtude do contínuo aumento do número de automóveis nas estradas, as previsões para a mobilidade urbana são aterrorizantes. Devido a falta de manutenção das rodovias, o fluxo de veículos deve ultrapassar a capacidade máxima, nas metrópoles, em menos de uma década. Outra consequência será a poluição do ar, que segundo o Ministério do Meio Ambiente, extrapolará os limites estabelecidos pela ONU, em poucos anos. Tendo em vista o cenário atual e as projeções para o futuro, este país necessita de diversas intervenções. Fiscalizações ás verbas de campanha precisam ser intensificadas. Além disso, pode-se criar um aplicativo que gere créditos cada vez que um transporte coletivo ou alternativo – como aluguel de bicicletas - é utilizado, estes créditos seriam debitados na compra de alimentos saudáveis, como verduras e frutas. Ainda, há a possibilidade de incentivar as caronas, dando desconto de estacionamento para carros com três ou mais pessoas. Com diagnósticos e prognósticos tão pessimistas, devem ser priorizadas as práticas que visem o bem coletivo.