Título da redação:

Cidades mal arquitetadas.

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 07/08/2017

A obra "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, importante autor do Modernismo nacional, faz referência ao êxodo rural tão comum no século XX, onde cidades a exemplo de São Paulo atraíram milhares de brasileiros devido ao seu esplendor crescimento. Nesse contexto, o Brasil foi vítima de um grande inchaço urbano não acompanhado, necessariamente, de políticas públicas que objetivavam, a longo prazo, uma mobilidade urbana voltada para os seus cidadãos. Nesse aspecto, é notória uma crescente crise relacionada a essa mobilidade, realçando um cenário de cidades mal planejadas, além de uma cultura de valorização do automóvel individual, colocando em xeque a sustentabilidade no país. É importante pontuar, de início, que o Brasil apresentou um real crescimento na transição do século XX para o XXI, no tocante à urbanização. Todavia, tal ritmo de crescimento não foi proporcional em relação ao planejamento urbano das suas cidades. De fato, tal desproporcionalidade evidenciou a edificação de cidades mal elaboradas, onde o direito do homem de ir e vir é constantemente ameaçado. Nomeadamente, é normal, através dos meios de comunicação ou até presencialmente, acompanharmos as dificuldades de locomoção por ruas e avenidas, congestionamentos, bem como a poluição ocasionada pela enorme quantidade de veículos. É fundamental frisar, ainda, que, não somente a péssima arquitetação das cidades como também uma cultura de valorização da motorização particular pertencem ao contexto da crise da mobilidade urbana brasileira. Sob esse prisma, essencialmente durante e após os anos J.K ("50 anos em 5 anos"), observou-se no automóvel individual a ânsia do nosso consumo e desejo. Por outras palavras, o inchaço das grandes metrópoles é reflexo fiel do enorme crescimento na frota de carros no país que, atrelado a outros problemas urbanos que afetam direto e indiretamente a população, vão de encontro ao significado da sustentabilidade. Por conseguinte, é necessário que o Estado juntamente com o respaldo de ONG'S atuem iminentemente nessa problemática através de ações públicas visando, a curto e a longo prazo, à prática da mobilidade urbana voltada para a melhor fluidez do cidadão no âmbito social, garantindo, desta forma, seu direito de ir e vir. Outrossim, é imprescindível que a mídia, através de ficções engajadas, realce uma educação com o propósito de esclarecer os males que a cultura da valorização do transporte individual oferece na sociedade, além de estimular o ser inserida nessa ao uso do transporte alternativo para sua locomoção. Assim, poderemos pensar em "cidades inteligentes" que, em linhas gerais, irão ao encontro das características e preceitos da sustentabilidade.