Em filmes norteamericanos retratados em NY, é recorrente a cena de carros, taxis e caminhões parados em decorrência de engarrafamentos. Apesar de Nova Iorque não estar no Brasil, essa situação não é estranha para quem trabalha e/ou mora em São Paulo, por exemplo. Dentre diversos outros fatores que regem tal problema viário, pode-se citar dois de suma importAncia: a concentração dos postos de trabalho no coração das cidades e o sucateamento de infraestruturas públicas de transporte acrescido do barateamento de carros. Como resultado do processo histórico de êxodo rural, em função de melhores condições de trabalho, muitas famílias saiam do campo em direção à cidade para trabalhar. Naturalmente contruiram suas moradias próximas à seus empregos. Com o tempo, esses espaços sofreram valorização imobiliária, e estes moradores que outrora ali moravam, se retiraram para as periferias, onde não precisariam pagar impostos até então. Neste movimento, entretanto, houve a necessidade da mobilização desses contigentes de trabalhadores para centro da cidades e de lá para suas casas, diariamente. A relação entre os bairros paulistanos Capão Redondo e Santa Cecília podem ilustrar o descrito acima. Na contramão da necessidade maior dos meios de transporte público por esses contingentes nas grandes cidades, muito se foi sucateado, encarecido, ao mesmo tempo que houve a facilidade na compra e financiamento de automóveis, como carros e motos. Essa equação não se fecha, uma vez que não há estruturas tanto viárias quanto móveis corentes com a real necessidade de escoamento de uma metrópole. Desse modo, o cenário que as estampa a ‘’hora do rush’’ é o de uma cidade parada, ilumidada pelos faróis do carros, sonoplastia por conta das buzinas, cheiro de fumaça devido aos escapamentos e pessoas estressadas. E para viver tudo isso, não precisa se estar em Nova Iorque, pode ser em Fortaleza ou no Rio de Janeiro. A cidade de São Paulo já deu seu primeiro passo: implementou as BRT’s, vias rápidas para a passagem exclusiva de Onibus, e agora aposta numa alternativa viável de transporte, as ciclovias. Este exemplo pode ser tomado pelos representantes das outras cidades que sofrem com esse problema, bem como o incentivo fiscal aos industriais e comerciantes para que migrem seus negócios em direção à periferia. À população cabe continuar pressionando os governantes para que essa mudança se expalhe e solidifique, em busca de um cenário novo nos horários de pico, principalmente.