Título da redação:

Caos urbano

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 23/09/2016

O Brasil, em um contexto urbanístico, sofre de diversos problemas estruturais, no que tange mobilidade e habitações. A partir de governos desenvolvimentistas, como o de JK, o país modernizou-se no âmbito urbano, automobilístico e expandiu suas vias rodoviárias, entretanto, tais fatores foram responsáveis por um maior caos social em função do mau gerenciamento das modernizações geradas. Nesse ínterim, a população tornou-se vítima da falta de investimentos em transportes coletivos subterrâneos, como o metrô, e ciclovias que, somado ao crescente êxodo rural enaltece a quantidade populacional nas cidades e também corrobora com a maximização da caótica mobilidade urbana atual. É perceptível, em cenário nacional, a maior valorização do rodoviarismo em detrimento de transportes individuais.Nessa lógica, o trânsito é realidade nos grandes centros urbanos, os quais, por apresentarem grande disponibilidade de serviços, são locais de atração para muitas parcelas sociais. Por essa perspectiva, observa-se uma sociedade que pouco valoriza o uso de bicicletas como meio de transporte e, dessa maneira, em vista de um grande contingente de indivíduos, cria um sistema de mobilidade pouco pautado em sustentabilidade e melhor locomoção. A Revolução Verde, de 1950, nesse sentido, foi potencializadora de desempregos estruturais - em virtude da mecanização do campo - o que corroborou com a saída de diversos trabalhadores rurais para as cidades. Dessa maneira, aumentaram-se os números de habitações irregulares nas cidades, principalmente nas periferias e, por consequência, enalteceram-se os níveis de problemas no tráfego rodoviário. Nesse ponto de vista, infere-se que houve um aumento desproporcional de população em relação a infraestrutura - macrocefalia urbana - responsável por proporcionar maior dificuldade e estresse nos deslocamentos diários. A sociedade contemporânea, portanto, vive uma realidade de descaso com investimentos em transportes sustentáveis e subterrâneos, além de um crescimento populacional muito alto seguido de infraestrutura insuficiente. Nesse caso, faz-se imprescindível a ação estatal em função de criar maior número de ciclovias e linhas de metrô. Ademais, torna-se necessária a atitude de ONG´S ambientais com campanhas de sustentabilidade em prol do uso de bicicletas, além do Estado com a geração de habitações regulares, para os migrantes rurais, próximas à diferentes serviços. Apenas a partir de tais medidas seria possível desacorrentar a sociedade dos problemas adquiridos de um legado governamental de mau gerenciamento urbano.