Esta é, indubitavelmente, a maior herança de uma industrialização tardia e não planejada, e a principal causa de complicações de saúde devido à poluição: O impasse da mobilidade urbana. No final da década de 60, o presidente Juscelino Kubitschek deu continuidade ao processo industrial tardio e não planejado da era Vargas, que somado a mecanização do campo em consequência da revolução verde, propiciou o êxodo rural, já que pequenos e médios agricultores viram-se prejudicados pelas estruturas econômicas e fundiárias excludentes. Atrelado a isso, estimulou a substituição da malha ferroviária pelas rodovias à medida que o inchaço urbano não era acompanhado pelas devidas melhorias nos meios de transporte e a periferização tornava cada vez mais distante o acesso aos serviços dos grandes centros. Prova disso, são as quantidades dos meios de transportes que devem ser tomadas por dia e o sucateamento desses pela falta de investimentos, bem como o aumento da emissão dos gases estufa. Ademais, a saúde da população é colocada em risco, visto que é exposta constantemente aos altos índices de material particulado (PM), fato que tem causado danos ao cérebro e contribuído para a ocorrência de acidente vascular cerebral e para o surgimento ou agravamento de doenças como Alzheimer, pois cerca de 60% da poluição nas metrópoles brasileiras advém de carros e ônibus. É evidente, portanto, a necessidade do incremento de metrôs e trens por parte do governo federal em parceria com setores privados, a fim de proporcionar maior qualidade e conforto aos passageiros, assim como o incentivo por parte dos governos municipais e estaduais a modais alternativos e limpos como bicicletas e ônibus movidos a biodiesel e energia elétrica. Além disso, a "carona solidária" e o uso de catalisadores automotivos devem ser estimulados pelas prefeituras, reiterando este último pelo legislativo com o intuito de diminuir a emissão desses poluentes e contribuir para uma melhor mobilidade urbana.