No primórdio da Idade Contemporânea, o pensador positivista Auguste Comte defendia que os elementos de seu lema “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim” seriam vitais à evolução social. Todavia, quando se observa a crescente crise da mobilidade urbana no Brasil, verifica-se que há um contraste com a defesa do filósofo, pois tal descaso é reflexo tanto da negligência governamental quanto da violação dos direitos constitucionais. Nesse sentido, é crucial a busca por soluções para combater esse flagelo. De antemão, é axiomático que a transgressão à Política Nacional de Mobilidade Urbana - PNMU contribui para as dificuldades de locomoção social no espaço urbano brasileiro. Segundo, o filósofo grego Aristóteles, a política existe para garantir o bem-estar da sociedade. Contudo, esse conceito encontra-se distorcido no Brasil hodierno, em razão de a mobilidade urbana do país se encontrar em estado caótico, devido à má gestão do poder público, e isso implica na compra desenfreada de automóveis particulares, graças à precariedade dos transportes públicos e da falta de infraestrutura nos trânsitos, o que compromete a segurança dos cidadãos e a qualidade do ar, conforme o Ministério do Meio Ambiente. Outrossim, as pessoas as quais possuem necessidades especiais são as que mais sofrem com essa lastimável realidade, visto que ainda prevalecem situações em que as adaptações as quais facilitariam o tráfego desses indivíduos se encontram em estado deplorável, e isso potencializa a exclusão social no território nacional. Afinal, consoante o sociólogo Émile Durkeim, a sociedade é como um corpo biológico e sua anatomia necessita de constante análise com objetivo de remediar e curar suas enfermidades. Desse modo, constata-se que, para o combate às mazelas sociais, é imprescindível que os direitos constitucionais sejam garantidos igualmente aos cidadãos. Logo, com a finalidade de se alcançar a evolução social, conforme à ideologia de Auguste Comte, urge que o poder público, em parceria com os Ministérios do Meio Ambiente e da Cidade, promova estratégias eficazes, com investimentos necessários, para o avanço da mobilidade urbana nacional, mediante a criação de projetos que possibilitem a utilização mais ampla das hidrovias, a ampliação das ciclovias e universalização do uso de transportes públicos sustentáveis, como já utilizado nos Estados Unidos, no intuito de reverter o acentuado caos que o transito brasileiro sofre e harmonizar a relação entre o meio urbano e a natureza. Dessa forma, o Brasil dará um importante passo no seu desenvolvimento.