De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra mobilidade denota a capacidade de se locomover, por conta disso, entende-se mobilidade urbana como o conjunto de estruturas possuídas para o trânsito dos habitantes de centros urbanos. Logo afirma-se não só a crise na estrutura de transportes brasileira, como também a sua ocorrência como problema de saúde público, pois além de inúmeras mortes geradas, muitos trabalhadores possuem seu cotidiano afetado por essa mazela diariamente. A priori, é respaldado pelo artigo 5 da Constituição Federal de 1988, o direito de ir e vir de todos os cidadãos. Entretanto, o próprio estado viola tal lei, pois não garante a infraestrutura do transporte público, sobretudo de idosos e portadores de necessidades especiais. Porquanto, os mesmos indivíduos desencorajados ao uso do transporte coletivo, contribuem para o crescente aumento da frota automobilística, gerando no só onerosos gastos de manutenção das estradas, como também quilométricos engarrafamentos. Além disso, de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito, DENATRAN, entre 2000 e 2014, 220.000 motociclistas morreram em acidentes rodoviários, o mesmo órgão afirma que a cada 10 ocorrências médicas, 7 são geradas por eventos automobilísticos. A posteriori, entende-se que tal mazela é decorrente do monopólio rodoviário, originário nos mandatos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Washington Luiz, cujo lema de campanha era ‘’ governar é abrir estradas’’, por conta disso, ocorreu a negligencia nos demais modais de transportes. Ademais, a Glamourização do automóvel contribui também para a manutenção do crescimento da frota de carros no Brasil, e desencoraja o uso de meios alternativos de transporte. Logo, infere-se que a manutenção dessa problemática é um atentado à constituição, por isso, são necessárias ações em prol da mobilidade urbana no Brasil. Portanto, compete às prefeituras municipais o ‘’reencorajamento’’ ao uso de transportes públicos e alternativos: bicicleta, skate e caminhadas. Para isso, há a necessidade da manutenção das calçadas, criando zonas de caminhadas, locais policiados e iluminados, descongestionando assim os centros urbanos. Outrossim, urge a reestruturação da frota pública, e a adoção do slogan Enrique Penãlosa como propaganda ‘’ cidade avançada não é aquela que pobre anda de carro, mas aquela que rico anda de ônibus’’, zelando assim pelo estado de bem-estar social.