As melhorias também acontecem em parcerias Há um debate constante sobre os transtornos causados pela falta de mobilidade urbana no Brasil. Nos últimos anos, o número de automóveis no país cresceu cerca de dez vezes mais que o número da população, mostrando que esse crescimento é um reflexo do modelo arcaico rodoviarista que caracteriza a politica da mobilidade urbana brasileira. Neste sentido, é preciso um olhar mais apurado para este notório inchaço que tem prejudicado não apenas o deslocamento, mas também, causado severos problemas socioambientais e econômicos a população. No contexto histórico, o modelo rodoviarista brasileiro teve grande impulso a partir da década de 50, onde houve grande investimento para construção, melhoramento e ampliação das rodovias, com isso, viabilizaram as instalações de indústrias automobilísticas no Brasil. Desde então, o crescimento de automóveis não pararam nas décadas posteriores e isso é perceptível em recentes dados do Denatran, nos quais, os automóveis crescerem cerca de 140% em relação a 12% da população, por exemplo: O Brasil fechou o ano 2014 com o número de carros e ultrapassando a barreira dos 80%, ou seja, a politica urbana iniciada há muito tempo e que ainda se mantém engessada e sem melhorias em curto prazo é a grande responsável pelos caos nas grandes cidades, pois o incentivo para adquirir um carro ou uma moto é ainda mais presente que a busca por melhorias na qualidade dos transportes públicos. Por outro lado, boa parte da população ainda prefere os meios de transportes individuais, pois pensam na necessidade e mobilidade rápida, além do conforto. Porém, isso é um ledo engano, pois com a falta de planejamento urbano, o conforto é mera ilusão, principalmente, quando se passa de três a quatro horas no trânsito. E um exemplo disso é a cidade de São Paulo que mesmo com a construção de ciclovias, ainda enfrenta grandes problemas de congestionamento - em média a população paulista passa 45 dias no trânsito, e recentemente reivindicaram melhorias nos transportes públicos durante a “passeata dos R$ 0,20”. Segundo Lafer Frankel “Ideias individuais fazem até mais diferença do que as ações do governo” evidencia que os problemas são recorrentes e que os governantes se movem pouco para encontrem uma solução inteligente para os meios de locomoção. Dessa forma, é imprescindível que haja uma parceria entre população e também do governo. Á começa pelo governo, com incentivos a criação de mais ciclovias, construção de BRTs e melhorias nos transportes públicos, com mais conforto e segurança; a mídia, com ações efetivas para incentivar a população a usar mais os transportes públicos, reduzindo emissão de gases ao meio ambiente sem os automóveis. Talvez assim, a população tenha as melhorias que necessitam, e este seja o inicio em curto prazo para uma nova forma de mobilidade urbana dentro do país.