Conforme o ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa, a mobilidade é um desafio diferente dos demais, pois, com o desenvolvimento de um país a saúde e a educação tendem a melhorar, enquanto os carros aumentam. Desse modo, minimizar este fenômeno é de suma importância. Contudo, no Brasil, a cada dia que se passa tal problema se eleva preocupando autoridades e grupos sociais. Tal dilema é fruto, principalmente, da falta de planejamento das cidades e a ineficácia dos transportes coletivos. Ao longo da história de formação dos centros urbanos brasileiros, o descaso com o planejamento viário sempre esteve presente, característica marcante em países em desenvolvimento ou emergentes, que se agravou com a chegada das montadoras de carros nas décadas de 1950 e 1960. Sendo assim, as vias possuíam e ainda possuem, pouca estrutura para suportar o aumento da frota de veículos individuais que, desde então, cresce a cada dia. Nesse sentido, percebe-se um número alto de engarrafamentos, favorecendo uma diminuição do bem-estar social e prejuízo econômico. Além disso, a deficiência dos meios públicos de locomoção força o cidadão a optar pelo individualismo, pois, o elevado preço, precariedade e pequena oferta para tão grande demanda torna o recurso móvel pouco atraente e até mesmo sendo uma segunda opção, por não suportarem a procura, como em São Paulo que segundo pesquisas da Secretaria de Transporte da cidade só atende a 28% do fluxo diário. Nessa perspectiva, a debilidade do referido transporte acaba prejudicando as classes mais pobres que necessitam do ônibus diariamente para trabalharem. Portanto, medidas para sanar os problemas supracitados fazem-se necessárias. Para isso poder-se-ia em parceria com o Ministério dos Transportes e a ANTT(Agência Nacional de Transportes Terrestres) formularem medidas como: implantação de leis que force as empresas detentoras dos contratos públicos a levantarem pesquisas sobre as necessidades dos recursos coletivos e por conseguinte implantação de mais ônibus qualificados para atender a população. Como também o planejamento das vias urbanas com criação de ciclovias e a incentivação do uso com propagandas e palestras escolares sobre os benefícios dos mesmos.