O modelo de transporte rodoviarista, adotado por Juscelino Kubitschek para fomentar as indústrias automobilísticas, trouxe soluções rápidas em curto prazo, porém, dificultadoras em longo prazo, principalmente porque os demais governos não investiram tanto em outros modelos, e é neste ponto que vem grande parte da responsabilidade da crise nos transportes, além disso, os problemas enfrentados hoje podem ser compreendidos à luz de um termo, acessibilidade. Atualmente, os transportes públicos, que atendem muitas pessoas, têm se mostrado verdadeiros dificultadores de acesso. A população sofre com transportes precários, lotados, atrasados, e ainda por cima, com preços elevados para a qualidade do serviço prestado e a quantidade de pessoas atendidas, além disso, esses transportes públicos muitas vezes não atendem todas as áreas das cidades e não possuem sistemas que liguem diretamente diferentes meios, como ligação direta entre paradas de ônibus e estações de metrô, que facilitariam o deslocamento. Por consequência disso, muitas pessoas acabam preferindo investir em veículos próprios para tentar simplificar o deslocamento e obter mais conforto, no entanto, esse ato, que ocorre muitas vezes, cria uma malha de transporte urbano inchada e com engarrafamentos frequentes, e que muitas vezes se tornam gigantescos, e o objetivo de usar o dinheiro investido nos transportes públicos, associado a uma diminuição de preços no setor automobilístico, para poder comprar um veículo próprio acaba por dificultar e não facilitar a locomoção. Portanto, é compreensível que uma rede pública de transporte ineficiente e cara favorece a ideia de obter um automóvel próprio, criando uma rede de mobilidade urbana sobrecarregada que complica o acesso às diferentes áreas de uma cidade. É difícil pedir que alguém não compre seus próprios veículos, já que alguns só puderam ter acesso a isso agora, portanto, a medida que facilitará o deslocamento é o investimento por parte do governo municipal em transporte público de qualidade, com preços adequados e acessíveis a todos, além de criar uma melhor estrutura de vias, como ampliações, que diminuirá os engarrafamentos, e há ainda uma ação popular aliada aos meios midiáticos, que é a propaganda do uso das caronas para diminuir a quantidade de carros nas vias.