Andar de bicicleta na contramão. Avanço do sinal. Velocidade acima do permitido. Trânsito caótico. Contrariando a Constituição Federal de 1988, o direito de ir e vir não está sendo cumprido com vigor. Uma vez que os problemas histórico-sociais da sociedade brasileira implicam na mobilidade urbana. A ideia da circulação irrestrita é relativamente recente. O primeiro automóvel chegou à São Paulo em 1901, logo, o carro virou símbolo de ascensão social devido à sociedade hierarquizada, e permanece até os dias de hoje. Assim, segundo o psicólogo Goldberg, o Homem trata os espaços públicos como lugares a serem ocupados por quem chegou primeiro, e por consequência, os outros motoristas são encarados como concorrentes. Desse modo, brigas no trânsito são perpetuadas. O ‘’jeitinho brasileiro’’ se faz presente inclusive no tráfego de carros, visto que inúmeras infrações são banalizadas a fim do próprio benefício do motorista. Dessa maneira, de acordo com o relatório da Companhia de Engenharia de Tráfego, 85% dos veículos envolvidos em acidentes fatais tinham histórico de multa. De fato, o improviso para resolver problemas cotidianos persiste e, por conseguinte, provoca graves transtornos no meio urbano. Outrossim, a grande quantidade de carros nas ruas compromete na superlotação. Nota-se, portanto, que as violências no trânsito são causadas por fatores enraizados na cultura do Brasil, e como resultado, prejudicam na circulação de automóveis e na vida dos cidadãos. Sendo assim, o poder legislativo, aliado ao Detran, deve reformular o Código de Trânsito Brasileiro, com o intuito de aumentar a penalidade das infrações e diminua a ocorrência das mesmas. A mídia, por sua vez, pode retratar os perigos causados pelos ‘’jeitinhos’’ através de suas novelas televisivas, com o propósito de promover um deslocamento consciente. Além disso, é imprescindível que o governo implante o rodízio de veículos em todas as grandes cidades do país, com a finalidade de diminuir o caos nas ruas.