A Constituição Federal prevê, entre outras coisas, o benefício do transporte a todos os cidadãos. Isto posto é importante, inclusive, para a garantia de outros direitos sociais, uma vez que a dificuldade da mobilidade pode acarretar, por exemplo, na evasão escolar. Todavia a ausência de um serviço de qualidade e do planejamento urbano, essencial para possibilitar meios alternativos de deslocamento, dá forma ao cenário atual: caos no trânsito e dificuldade na locomoção, principalmente, para os mais pobres. É necessário considerar, antes de tudo, o que leva o trânsito ser tão caótico. Isso se deve ao fato de que o serviço público ruim e de pouca acessibilidade faz com que a maioria das pessoas escolha veículos particulares. É o caso, por exemplo, de famílias que possuem membros com deficiência. Tal fato, somado com ruas e sinalizações precárias, na maioria das cidades, provoca congestionamentos, demora e estresse em quem precisa se locomover diariamente. Outro aspecto importante está na falta de planejamento urbano. A ausência de estruturas para receber transportes alternativos, além da má distribuição de áreas comerciais fazem do espaço urbano pouco democrático. Isso afeta diretamente a população da periferia que, muitas vezes com baixa condição financeira e sem poder adquirir o carro próprio, necessita de meios alternativos para se locomover até o centro. A fim de garantir serviço de qualidade e acessível a todos, é necessária uma transformação nos meios de transporte, sobretudo na malha urbana. Sendo assim, é importante que a população cobre do governo maior democratização na mobilidade, como a construção de ciclovias, programa de apoio financeiro a moradores da periferia que precisam se locomover até o centro, além de melhor distribuição de construções públicas que atendam a todos os bairros. Ficando sob a responsabilidade do Estado, por intermédio do ministério das cidades, planejar e distribuir melhor os espaços públicos, bem como fornecer condições para meios alternativos de locomoção.