Título da redação:

A mobilidade urbana em crise

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 09/09/2016

Após a Revolução Industrial do século XVIII, o desenvolvimento de tecnologias e a urbanização se intensificaram. A má estruturação das cidades contribuiu para a macrocefalia urbana, de modo que a infraestrutura desses centros não comporta e não atende a população de forma igualitária. O crescente uso de automóveis e a precariedade dos demais sistemas de transporte favorecem a perda da mobilidade e da funcionalidade do núcleo urbano, prejudicando a população como um todo. Durante a “Era JK” e a implementação do nacional-desenvolvimentismo, muitas empresas de automóveis se instalaram no Brasil. A posse de um veículo se tornou um símbolo de bem-estar social e de liberdade de ir e vir. Tal cultura de massa fundamenta o amplo uso de carros e motos nas cidades, como também se configura como uma das matrizes do problema da mobilidade urbana, que vem sendo percebido por todos. Embora seja uma questão cultural, o uso desses veículos está sendo questionado pela própria população, que perde horas de trabalho no trânsito. Segundo o IBOPE, o uso de automóveis caiu de 56% em 2014 para 45% em 2015; em contrapartida, as lotações de ônibus subiram de 36% em 2014 para 59% no ano seguinte. Visto a percepção da população em relação à macrocefalia urbana, a alternativa é melhorar os demais sistemas de transporte. Quando uma nação possui mobilidade ela produz mais e aquece a economia, tornando maior o fluxo de mercadorias e pessoas. A melhora na infraestrutura de ônibus, metrôs e trens, como também a criação e a ampliação de ciclovias e faixas exclusivas para tais veículos de transporte, podem contribuir para um melhor fluxo no trânsito. Conforme uma pesquisa do IBOPE, 90% das pessoas deixariam ou provavelmente optariam pelos demais sistemas de transporte se esses fossem de qualidade. A urbanização desenfreada e a falta de mobilidade são, portanto, uma realidade. A macrocefalia urbana é fruto de uma péssima estruturação das cidades e a falta de fluxo no trânsito é uma herança de uma cultura de massas. A participação dos Governos Federal, Estadual e Municipal na revitalização e no melhoramento dos transportes coletivos é fundamental para flexionar a malha urbana, investindo em transportes mais modernos, mais seguros e mais sustentáveis; como também na manutenção de rodovias e ferrovias e na ampliação de ciclovias e faixas exclusivas para ônibus, contribuindo para o direito de ir e vir e para a mobilidade geral.