Título da redação:

A mobilidade urbana e seus entraves

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 19/10/2016

Com o aumento exponencial das cidades e dos centros urbanos, as distâncias entre residências, locais de trabalho e lazer aumentaram bastante, fazendo-se necessária a locomoção por veículos automotivos. Perante as desigualdades sociais presentes, algumas pessoas podem optar por veículos próprios; já outras dependem do transporte público, que atualmente é considerado de qualidade regular à péssima por 68% dos brasileiros, segundo o Ibope. Os números absurdos não param por aí. Um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro relata que o tempo gasto no transporte público por trabalhadores gera à economia um prejuízo de 111 bilhões de reais. Tal fato está entrelaçado ao mau planejamento das cidades, com uma péssima engenharia de trânsito. Assim, congestionamentos são formados constantemente. Como consequências, os ônibus descumprem horários estipulados, as pessoas ficam muito tempo expostas ao gás CO2 emitido pelos veículos e o estresse torna-se presente. A falta de linhas alternativas no transporte público só piora a situação. Tanto no ônibus quanto no trem ou metrô, vários passageiros são obrigados a pegar duas ou, em alguns casos, três conduções por viagem, diariamente. Assim, gera-se a superlotação nos coletivos e maiores gastos a serem arcados pelos passageiros - valendo ressaltar o contínuo aumento do valor das tarifas unitárias pelas empresas responsáveis, agravando o quadro. A escassez de transportes públicos exclusivos para escolas também ocasiona a lotação de um coletivo, além de fazer com que alguns pais passem a optar pelo transporte privado para o filho, devido o medo à enorme taxa de violência nas ruas. Em Paulínia, na região metropolitana de Campinas (SP}, a prefeitura apoiou a medida de inserção dos ônibus públicos escolares e, desde a implementação desse projeto, resultados positivos foram obtidos nas linhas municipais, fora a satisfação das famílias. Portanto, medidas hão de ser tomadas. Reformas devem ser feitas na vias públicas para alargar ruas, inserir faixas especiais a ônibus e assim, agilizar a viagem dos cidadãos, ficando menos expostos à poluição do trânsito e sem perder seus horários. Mais linhas de ônibus, trem e metrô devem ser elaboradas, juntamente com a inserção de mais veículos e vagões no sistema de tráfego, para não causar superlotações e nem pesar para o bolso do cidadão, diminuindo seu número de conduções por dia. O Governo Estadual deve implementar programas de assistência aos alunos no transporte, dando-lhes ônibus exclusivos; além deles ganharem tempo, aumentando sua eficiência nos estudos, os trabalhadores também ganham vantagens, já que isso ameniza a lotação nos coletivos. Sobretudo, é necessária a promoção de medidas de mobilidade urbana sustentável, como uso de coletivos, bicicletas e o andar a pé – o que demanda boas condições estruturais do espaço urbano, sendo isso de responsabilidade dos Governos Estadual e Municipal. Sendo assim, a principal consequência é a melhora na saúde da população, o que resulta, por fim, numa maior qualidade de vida dela.