Título da redação:

A Mobilidade Limitada

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 05/09/2016

A revolução industrial, em seus diversos períodos, foi capaz de revolucionar diversos setores da sociedade, como o transporte urbano e interurbano. A invenção de veículos movidos a combustão, vide gratia, carros e motocicletas, permitiram uma maior mobilidade e rapidez à população. Nada obstante, a crescente concentração habitacional nas metrópoles gerou um efeito reverso ao esperado: os entraves de mobilidade. Os frequentes casos de engarrafamentos quilométricos, em paralelo com os serviços de transporte público extremamente precários, oneram aos habitantes a necessidade de passar horas por dia no trânsito, em conjunto com uma alta poluição atmosférica causada pelos veículos. Concomitamente ao crescimento da população da megacidade São Paulo, o número de carros da metrópole também aumenta. Segundo dados do IBGE, a contagem aproxima-se de 8 milhões de veículos na cidade, valor equivalente a cerca de 2 habitantes por carro. Os números exorbitantes se repetem em diversas localidades de grande porte do Brasil, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. A ausência de planejamento dos centros urbanos brasileiros acaba gerando, em paralelo ao alto número de veículos, uma verdadeira anarquia de mobilidade, ocasionando altos níveis de stress aos moradores e causando perdas financeiras expressivas ao município, dado o tempo perdido no trânsito pela população. A alternativa lógica ao excesso de uso dos transportes “privados” para a redução do trânsito são os transportes públicos, como ônibus, trens e metrôs, além de transportes simples de curta distância, como a bicicleta. Entretanto, os principais projetos de expansão dos sistemas públicos de transporte terminam engavetados, ou têm sua realização extremamente lenta, no geral causada pela corrupção, tendo como exemplo o caso da expansão do metrô de São Paulo, que era planejada sua conclusão para 2016, mas a previsão é de término para no mínimo 2018, segundo o próprio governo. Ocorre, portanto, o excesso de contingente veicular em conjunto com a ineficiência do Estado em amenizar o problema. Ao analisar os fatos, torna-se necessária, por conseguinte, a ação do Estado e da sociedade para a correção deste impasse. É função da população conscientizar-se sobre as alternativas de transporte, como a bicicleta, e de fiscalizar os órgãos públicos quanto as melhorias no transporte coletivo. É papel das Secretarias de Transportes de cada cidade/estado investir no aperfeiçoamento dos serviços de transporte, através da ampliação e otimização dos mesmos. Por fim, é papel do Ministério das Cidades buscar distribuir o desenvolvimento econômico pelos municípios, de forma a descentralizar a direção do fluxo de habitantes e veículos.