Título da redação:

A herança de JK: o caos urbano

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 31/10/2016

O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, com a industrialização promovida por Getúlio Vargas. Contudo, foi na década de 50, durante a estadia de Juscelino Kubitschek na presidência, que esse fenômeno se intensificou, de forma desordenada. No decurso do governo JK e dos governos que, democraticamente ou não, o sucederam, a população assistiu a um forte incentivo ao transporte rodoviário no país, o que resultou, nos dias atuais, em cidades com trânsito caótico, transporte público deficiente, rede de ciclovias insuficiente, além do ar poluído pela emissão de gases provenientes dos motores movidos à combustão. Em primeiro lugar, é importante destacar que esse incentivo ao rodoviarismo não foi apenas fiscal, mas também por meio da falta de investimento em outros meios de transporte. No decorrer do período anteriormente citado, além da aplicação de capital na extensão de rodovias e do incentivo à indústria automobilística, ocorreu o sucateamento do transporte ferroviário, de forma que se tornasse mais vantajoso adquirir um automóvel. Entretanto, essa escolha se mostrou equivocada, pois atualmente os grandes centros estão à beira do colapso, com a mobilidade prejudicada pelo excesso de carros e com escassas opções de transporte público para fugir do trânsito. Em segundo lugar, é prudente ressaltar a falta de incentivo para o uso de transportes sustentáveis, como a bicicleta. A ausência de faixas exclusivas para os ciclistas, de bicicletários e de segurança para os ciclistas no trânsito gera medo na população. Além disso, a péssima qualidade do ar afeta a saúde da sociedade, que passa a evitar atividades ao ar livre. Soma-se a isso os fatos já citados no parágrafo anterior e tem-se uma aversão ao uso da bicicleta como meio de locomoção na cidade e também ao transporte público, fazendo com que o cidadão opte pelo carro, perpetuando o problema de deslocamento vivido nos centros urbanos. Sendo assim, é evidente que a crise da mobilidade urbana brasileira é resultado da urbanização desordenada e de políticas adotadas no século passado. Cabe ao governo de cada cidade investir em transportes de alta capacidade, como o metrô, e em ciclovias, pois esses modais, além de retirar um grande número de carros da rua, não emitem poluentes, melhorando a qualidade do ar. Além disso, cabe ao mesmo, por meio de investimentos em habitações, tornar menor a distância entre a residência e os centros econômicos locais, desestimulando o uso do automóvel. Dessa forma, o caos urbano iniciado por JK pode ser solucionado.