Título da redação:

a crise da mobilidade

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 27/06/2017

Desde a primeira década do século XX - com o "fordismo"- o consumo de veículos automotores foi incentivado como uma forma de fortalecer a economia e fomentar a indústria. No entanto, esse consumo exacerbado trouxe drásticas consequências para a contemporaneidade, como a crescente crise da mobilidade urbana e a degradação ambiental. Associado a isso, a inépcia do Estado no que tange à elaboração de medidas que melhorem a eficiência do transporte público, corrobora a problemática. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "modernidade líquida", duas das principais características da contemporaneidade são o individualismo e o imediatismo. Seguindo essa linha de raciocínio, é fácil compreender como a publicidade e a propaganda, as quais massificam valores consumistas, influenciam os indivíduos na aquisição de automóveis ao intensificar tais características. Em vista disso, no Brasil hodierno há um veículo para cada quatro habitantes, o que representa um desafio constante para as prefeituras que precisam aumentar o espaço de estradas e ruas para viabilizar o tráfego. Outrossim, a poluição causada pela alta concentração de gás carbônico e de outros gases nas vias urbanas, é nociva ao meio ambiente e à saúde pois, não só acentua o efeito estufa como também desencadeia diversas doenças respiratórias nas cidades. Isso ocorre devido à queima excessiva de combustíveis fósseis dentro de automóveis, cuja fabricação ainda não segue os parâmetros incitados pelo PROCONVE- Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores- que foi criado pelo IBAMA em 1986 . Além disso, fatores como a insegurança e a lotação de passageiros, desvalorizam o uso do transporte público perante a maior parte da população, que prefere um meio de condução individual em prol do conforto e segurança. Fica claro, portanto, que a grande circulação de veículos no país, associada à falta de planejamento governamental, constitui uma intempérie tanto social quanto ambiental, visto que interfere no direito à cidade e estimula a degradação do meio ambiente. Logo, urge que o Poder Público articule melhorias na infraestrutura dos centros urbanos, tais como o estimulo para a construção de ciclovias e ampliação de estradas. Ademais, o Ministério do Meio Ambiente deve instigar a realização de pesquisas acadêmicas, com o fito de desenvolver tecnologias necessárias para a produção de automóveis capazes de mitigar a emissão de gases poluentes. Somado a isso, a Associação Nacional de Transporte Público precisa , entre outras medidas, aumentar a sua frota de veículos a fim de atender a progressiva demanda de passageiros e também, ampliar a fiscalização acerca das empresas operadoras, com o objetivo de garantir um maior conforto e segurança dentro dos coletivos.