Na Constituição Federal do Brasil, consta que a liberdade de ir e vir é direito de todo cidadão. Porém, essa não é a realidade dos brasileiros, visto que a presença de altas taxas, acessibilidade precária, superlotação e veículos sem manutenção participam do dia a dia da maioria das pessoas. Sendo assim, a mobilidade urbana no Brasil apresenta uma série de falhas, causando grande insatisfação na população. Em primeiro lugar, vale considerar que essa insuficiência aumenta o número de veículos particulares nas ruas, pois as pessoas encontrarem neles maiores vantagens. Isso contribui para a presença de um trânsito caótico e engarrafamentos quilométricos devido à falta de estruturação das cidades - que apresentam má sinalização, buracos nos asfaltos, alto índice de violência- não conseguindo, então, controlar os fluxos desordenados de automóveis. Além disso, há ainda a dificuldade de locomoção encontrada por pessoas portadoras de necessidades especiais, porque a acessibilidade está diretamente ligada à mobilidade urbana. Isso é só mais uma prova de que essa insuficiência atrapalha a população em todos os níveis, podendo gerar outros problemas, como por exemplo, estresse, segregação e acidentes. Fica claro, portanto, que medidas devem ser tomadas para resolver o impasse. Nesse sentido, é válida a tese de Thomas Hobbes que diz que a intervenção estatal é necessária para a proteção dos cidadãos de maneira eficaz. Dessa forma, o governo deve aplicar as verbas destinadas ao transporte na sua manutenção e acessibilidade, além de aplicá-las em projetos de mobilidade urbana, visando uma reestruturação e adaptação dos meios e vias de locomoção.