Entende-se mobilidade urbana como o direito de ir e vir do cidadão dentro do perímetro urbano. Portanto, o processo de mobilidade urbana das grandes cidades do Brasil se relaciona, de maneira direta, ao êxodo rural brasileiro iniciado com o processo de industrialização do país, entre os anos de 1950 a 1970, e ao posterior aumento populacional nas grandes cidades. Todavia, é sabido que o processo de urbanização brasileiro ocorreu de maneira rápida e não planejado, o que ocasionou diversos problemas dentre os quais: violência urbana, favelização, grave desigualdade social e principalmente falta de infraestrutura, já que o Estado não foi capaz de acompanhar o abrupto crescimento urbano, inclusive nas capitais e centros industriais do Brasil. Contudo, a falta de planejamento junto ao aumento descontrolado da população urbana- atualmente cerca de 84% dos brasileiros vivem em cidades- culminou em um grave problema, a falta de mobilidade enfrentada por muitos, inclusive aqueles que possuem menor poder aquisitivo e dependem do transporte público para se locomoverem. Pois, é sabido que a questão da mobilidade urbana se torna ainda mais crítica quando somada a precariedade do sistema público de transportes, ônibus em péssimo estado de conservação, com excesso de passageiros, atrasos recorrentes e metrôs lotados, são alguns dos vários problemas enfrentados por cidadãos que dependem do transporte coletivo. Essa situação, em muitos casos, contribui para que haja um maior aumento da frota de veículos nos grandes centros, tendo como consequência o caos no trânsito presente em várias cidades do Brasil. Uma das causas para que haja aumento do número de veículos em circulação encontra respaldo no fato de que, por não haver um sistema de transporte coletivo decente que atenda as necessidades da população, muitas pessoas acabam por optarem pelo transporte individual. Portanto, para que haja melhorias no que diz respeito à questão da mobilidade urbana é necessário haver, por parte do Estado, maior interesse em resolver a questão da falência do sistema público de transportes brasileiro, o que deve ser feito por meio de maiores investimentos bem como planejamento do perímetro urbano- já que apenas o rodízio de placas não foi capaz de amenizar tal questão. Também, é dever do cidadão contribuir para a redução do número de veículos em circulação, o que deve ser feito por meio de caronas e uso consciente do transporte individual, ou seja fazer com que apenas um único veículo possa servir de transporte para outras pessoas que sejam próximas. Sendo essas maneiras eficazes de se combater um dos principais problemas urbanos do país.