Título da redação:

A ameaça contemporânea ao direito de ir e vir

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 30/09/2016

O processo industrial vivido pelo Brasil durante o governo de Juscelino Kubitschek favoreceu o modelo rodoviário de locomoção e com ele a supervalorização dos carros, para atender aos interesses das empresas automobilísticas. Essa escolha promoveu consequências para a mobilidade brasileira que afetam a sociedade até os dias atuais, pois esse meio não é interessante para o transporte das massas. Dessa forma, gera-se uma crise que afeta o cotidiano da maior parte dos cidadãos, que convivem com congestionamentos e dificuldades de deslocamento que atingem diariamente o seu direito de ir e vir. Macrocefalia urbana se refere ao desequilíbrio gerado pela quantidade de pessoas nos grandes centros urbanos. Uma das consequências desse processo é o colapso na mobilidade pela falta de planejamento, tendo em vista as péssimas condições do transporte público, que é sucateado na maior parte das cidades e têm frotas que não atendem à demanda; aliadas à falta de estrutura do transporte cicloviário. Nesse contexto dá-se a a supervalorização do carro, que passa a lotar as rodovias extrapolando os planejamentos municipais, causando congestionamentos e prejudicando a vida da maior parte da população pelos altos níveis de estresse enfrentados pela necessidade de locomoção. Ademais, a crise da mobilidade urbana também tem consequências no aspecto ambiental.A supervalorização dos automóveis e a tendência contemporânea ao individualismo promovem o crescimento da emissão de gases poluentes na atmosfera, atuando diretamente no aquecimento global, além de ser o causador de diversas doenças respiratórias. Afeta-se, assim, a qualidade de vida da população, que passa a ter a saúde atingida reforçando a frase do escritor Daisaku Ikeda, que defende que "o meio ambiente que é um reflexo da vida interior dos seus habitantes – sempre adquire as características dos que nele existem". Infere-se, portanto a necessidade de medidas que visem a reverter esse quadro de crise da mobilidade .Para tanto, faz-se necessária a ação do Ministério das Cidades, por meio da construção de ciclovias que permitam a locomoção pela maior parte da cidades, oferecendo à população uma forma mais econômicas e rápidas de transporte. Além disso, fica a cargos das empresas de transportes públicos a oferta de melhores estruturas desse meio, promovendo uma maior adoção desse pela sociedade. Permite-se, assim, a formação de uma espaço que atende à demanda de locomoção dos indivíduos e respeita o seu direito de ir e vir.