Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 14/05/2019

É de conhecimento geral que, durante a década de 50- período governado por Juscelino Kubitschek-, o investimento no setor industrial automobilístico apresentou, por meio do Plano de Metas, um crescimento deveras considerável, contribuindo para a consolidação dos transportes rodoviários. Hodiernamente, não obstante, observa-se a ascensão, no Brasil, da crise da mobilidade urbana, em razão não apenas da falta de investimentos governamentais nos transportes coletivos, mas também da aquisição em larga escala de veículos particulares. No que se refere à situação dos meios de transporte públicos, é evidente a negligência do Estado, uma vez que o direcionamento de verbas para os estados e municípios é insuficiente para suprir as demandas por melhorias dos veículos de uso comum, como ônibus e metrô, e para a manutenção dos pavimentos urbanos e rurais, o que dificulta, por conseguinte, o acesso de muitas famílias ao direito de locomoção- assegurado a todos os cidadãos brasileiros pelo artigo 5 da Constituição Federal de 1988-. Assim, diante de um sistema deficiente de transporte público, muitos indivíduos, a fim de adquirirem mais conforto e segurança, optam por veículos privados, realidade que acentua a lotação e a obstrução do tráfego, sobretudo nos grandes centros urbanos, e impede a fluidez e a tranquilidade no trânsito. Outrossim, com o advento da Terceira Revolução Industrial do século XX- conhecida como Revolução Informacional-, a produção em massa de tecnologia fomentou o consumo de bens materiais duráveis em grandes proporções, o que potencializou a venda de veículos individuais mediante a consciência coletiva de que os automóveis privados garantem agilidade, prestígio e acessibilidade. Dessa forma, configurado pelo ideal consumista do centenário passado, o cenário atual desmotiva a preferência popular por transportes coletivos, bem como a opção por meios sustáveis de circulação, como bicicletas, acentuando, nesse contexto, a eliminação de gazes poluentes na atmosfera- especialmente o monóxido de carbono-. Por conseguinte, a problemática acelera o processo de aquecimento global e prejudica a qualidade de vida da população. Nesse sentido, urge que o Ministério da Infraestrutura, por intermédio de recursos financeiros enviados pelo Poder Executivo, atue no melhoramento dos veículos coletivos e na conservação das rodovias e estradas, além de possibilitar a construção de ciclovias nas metrópoles, utilizando, para esse fim, projetos realizados por profissionais capacitados somados ao investimento em equipamentos e materiais de qualidade. Dessa forma, com o fito de fortalecer e incentivar a utilização de transportes públicos e veículos sustentáveis, o impasse da mobilidade urbana tornar-se-á atenuado e o bem estar social, tal como a eficiência no trânsito- observada na década de 50 -, serão promovidos.