Desde a Revolução Industrial, a utilização de tecnologia tornou-se mais avançada e com isso o capitalismo aumentou ainda mais o desejo de consumo da população. Entretanto, esse excesso de consumismo contribuiu para a diminuição do espaço de circulação de veículos e de pessoas nas grandes metrópoles do Brasil. Dessa forma, o problema constante da falta de uma mobilidade urbana adequada corrobora o surgimento de doenças psicossomáticas, assim como afeta o meio ambiente. Em primeira análise, o grande período de tempo gasto no trânsito provoca nas pessoas o aparecimento de transtornos e doenças, como a ansiedade e o estresse. Além disso, elas ficam bastante agressivas umas com as outras, pois sempre há brigas ou discussões nas estradas. Segundo a OMS, o trânsito brasileiro é o quarto mais violento do continente americano e isso tudo é consequência da saturação das rodovias brasileiras, que é o principal modal usado no país, como também da agitação da vida moderna. Assim, nesse cenário, o conceito de "Acidente Integral" do sociólogo Paul Virílio é facilmente empregado, já que toda tecnologia produz o seu "acidente" e o que a Revolução Industrial provocou foi justamente o aumento desse mal comportamento social. Em segunda análise, o excesso de transportes produz uma série de problemas ambientais, como a poluição sonora e a atmosférica. Por conseguinte, a qualidade de vida da sociedade atual e das próximas estão comprometidas. Conforme o filósofo Hans Jonas, a "Ética da Responsabilidade" é fundamental para diminuir toda essa situação,visto que ele defende a necessidade de preservar o que se tem agora para que no futuro as outras gerações possam aproveitar. Ademais, outro problema que pode ser intensificado pela poluição é o surgimento de doenças respiratórias e que ao invés de haver investimento para uma boa mobilidade urbana, o dinheiro, que poderia ser utilizado, é gasto na saúde para o tratamento dos indivíduos, fazendo com que o trânsito continue caótico e sem os devidos reparos. Em suma, cuidar da locomobilidade juntamente com a saúde da população e do ambiente é importante para que o pensamento de Hans Jonas seja efetivado. Faz-se necessária, portanto, a criação de medidas que visem mitigar a adversidade em questão. Desse modo, o DNIT, como principal meio responsável pelo transporte brasileiro, deve investir em estradas, ciclovias e em transportes públicos de boa qualidade, além de incentivar, por meio de recursos de comunicação, às pessoas a usarem coletivos, bicicletas ou aplicativos de carona, a fim de que a circulação das cidades flua melhor e que diminua o surgimento de doenças psicológicas. Além de tudo, a escola deve promover matérias obrigatórias que ensinem sobre educação ambiental ligada ao trânsito, através do desenvolvimento de pesquisas de veículos não tão poluentes, para que se possa utilizar os meios de transportes de forma sustentável.