Consoante ao filósofo George Santayanna, “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”, a crise da mobilidade urbana não é um problema atual. Desde a revolução indústria essa vicissitude é uma realidade, com a criação de automóveis e a sua crescente utilização o direito de ir e vir do cidadão já vinha sendo violado. De mesmo modo, na contemporaneidade, as dificuldades persistem, devido a ineficácia dos transportes alternativos no país e a ineficiência das políticas públicas. Convém ressaltar, a princípio, que a ineficiência do transporte público brasileiro é fator determinante para permanência do problema. Tendo em vista que, o preço das passagens na maioria das vezes é incompatível com a renda mensal de um cidadão brasileiro já que o mesmo se utiliza dela para pagamento de dívidas e alimentação, somado a isso, a frequente lotação dos ônibus e metrô, veículos em condições ruins além do grande tempo de espera nos pontos de parada. Segundo a pesquisa realizada pelo IBOPE, a lotação nos ônibus da cidade de São Paulo aumentou de 36% em 2014, para 59% este ano. Assim, o transporte coletivo por não suprir as necessidades da população acaba por contribuir para o sufocamento das ruas brasileiras. É importante ressaltar também que, a má administração das políticas públicas está entre as causas de tal problemática. De maneira análoga ao Aristóteles no livro “Ética a Nicômaco”, a política existe para garantir a felicidade dos cidadãos. No entanto, é notória a violação da Constituição Federal em vigor desde 1988 que garante o direito de ir e vir do indivíduo, o aumento da frota veicular e com ela o crescente fenômeno conhecido como “engarrafamento” contribuem para aumentar a insegurança nas malhas rodoviárias, tal infortúnio também prejudica a economia do país, pois as pessoas perdem, no trânsito, horas que poderiam ser utilizadas, por exemplo, em atividades laborais, as quais gerariam renda e movimentação financeira. Deixando claro, portanto, que, a falta de investimento e a deficiência das políticas públicas é um atenuante para a persistência desse problema. Diante dos fatos supracitadas, faz-se necessário que o Ministério dos Transportes, em parceria com o Governo Federal, promova aprimoramento dos transportes públicos brasileiros e das ciclofaixas, por meio de verbas governamentais, para que assim, a população acostume-se a deixar seus carros em casas, sabendo que as necessidades de locomoção serão atendidas pelos meios alternativos de transporte. Nesse sentido, o intuito de tal medida deve ser aliviar as malhas rodoviárias e com isso garantir uma maior segurança para a população. Além dessa, outras medidas devem ser tomadas, porém, de acordo com Oscar Wilde, "O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação”.