Com o advento da Revolução Industrial, conjunto de mudanças nos meios de produção ocorrido no século XVIII, surgiram diversos fatores que visavam facilitar a vida do cidadão e, consequentemente, da sociedade. Entretanto, tal facilidade tornou-se uma problemática coletiva, tendo em vista o crescente aumento demográfico. Nesse sentido, vale ressaltar que as dificuldades relacionadas à mobilidade urbana retratam essa mazela que assola as sociedades contemporâneas. Em primeira análise, observa-se que a sociedade brasileira sofre, rotineiramente, com os “entupimentos” em suas ruas e estradas, isto é, há uma grande saturação no número de veículos circulantes, principalmente, nas grandes metrópoles, causando quilômetros de congestionamentos. Essa situação dá-se não só pela falta de interesse público a cerca do assunto, mas também pela ideia de que a obtenção de um automóvel é sinônimo de status social. Entre outras palavras, é válido ter o carro imerso em um “oceano de veículos”, ao invés de viajar num transporte público de qualidade. Logo, nota-se que a sociedade tem muito a se fazer para mitigar os efeitos desse “gene” do consumismo. Nesse ínterim, as manifestações de rua possuem papel fundamental no processo de cobrança aos governantes, pois expressam o descontentamento e o transtorno do povo. O protesto contra o aumento da tarifa no transporte público, mediado pelo Movimento Passe Livre (MPL), em 2015, que mobilizou milhares de pessoas no centro da cidade de São Paulo, tipifica a reação da sociedade diante do descaso público. Dentre as diversas pautas desse evento, a modernização de veículos públicos e a melhoria nos investimentos em infraestrutura das ruas e avenidas foram as mais recorrentes. Cabe, salientar, também, que o agravamento do Efeito Estufa, processo natural que objetiva manter a temperatura do planeta constante, está diretamente associado ao aumento da frota de veículos, uma vez que esses emitem na atmosfera um dos maiores gases causadores do aquecimento global, o dióxido de carbono. E a partir daí, desenvolver projetos que alinhem tecnologia e sustentabilidade. Evidencia-se, portanto, a necessidade de intervenções para atenuar essa questão social. Sendo assim, o Poder Público, enquanto Legislativo, deve encontrar soluções plausíveis acerca do assunto, por meio de Propostas de Emenda Constitucional (PEC’s) que busquem desburocratizar a importação de coletivos modernos e sustentáveis, a fim de atrair um maior número de usuários, em detrimento do uso de veículos particulares. Desse modo, medidas como essa, certamente, são indispensáveis para drenar e despoluir esse oceano que está na iminência da extinção.