Nas últimas décadas, as desigualdades sociais estão cada vez mais visíveis em nosso país e vêm crescendo de forma alarmante. A conta bancária passou a ditar o lugar onde o indivíduo frequenta; serviços básicos como saúde, educação e lazer integram o pacote pelo qual os grupos menos favorecidos não podem pagar. Essa realidade pode ser claramente percebida nos condomínios fechados, onde se nota o isolamento daqueles que possuem distintas condições econômicas. Nos anos 60, as escolas públicas eram um espaço de convívio de diferentes classes sociais, devido em grande parte a boa qualidade de ensino e estrutura. Atualmente, a supremacia das escolas públicas é apenas mais uma forma de segregação, deixando uma discrepância entre os que carecem de recursos e os que possuem o privilégio de conseguir pagar por um bom ensino e uma escola bem estruturada. É crescente o descaso do poder público com os investimentos para a população mais carente, refletindo assim na precariedade dos hospitais, muitas vezes sem os equipamentos necessários, com pacientes amontoados nos corredores, e na educação cada vez pior. Diante deste cenário, o setor privado tem se dedicado para a criação de serviços cada vez melhores, mais luxuosos e menos acessíveis. Estimulando desta forma a camarotização de nossa sociedade, garantindo melhores condições de vida aos abastados e deixando os menos favorecidos cada vez mais longe de tal realidade. Vê-se, portanto, a necessidade do Estado de investir em serviços gratuitos de qualidade, de forma a atenuar a segregação social. Além disso, é necessário que haja uma conscientização desde cedo, para que o respeito e a igualdade façam parte da vida de todos os cidadãos.