Nos anos 70 uma corrente econômica é adotada por grandes potências mundiais, o neoliberalismo. A antiga política keynesianista se torna inerte pois toda sua estrutura vai contra a margem de lucro dos grandes capitalistas. As estatais começam a ser privatizadas, os projetos sociais são colocados em segundo plano e o mercado fica aberto, livre para a globalização ocorrer. Nos anos 90 o nosso Brasil entrou nesse contexto. Atualmente o nosso país vem manifestando uma das diversas consequências dessa corrente neoliberalista, as enormes diferenças sociais em nosso espaço cultural e econômico. Aproveitando a carona, também temos presenciado as discussões sobre a "camarotização" de nossa democracia. Por mais que as diferenças sempre tenham existido em nossa sociedade e mutualmente com ela a segregação de espaços, essa divergência enorme em nosso contexto é algo bem recente, pois mesmo durante a escravatura os negros conviviam perto dos grandes barões. Nos últimos anos temos presenciado a privatização de espaços públicos e uma acentuada separação de ambientes antes utilizados por todos. Esse "neosegregacionismo" é o efeito direto dos interesses de uma parcela minoritária e poderosa de nosso país, os capitalistas, que batem de frente com os ideais democráticos de nós brasileiros de sangue e sentimento. Como apontar uma solução se nossa política segue esse caminho neoliberal? Quando os primeiros shopping centers começaram a funcionar em nosso país, o espaço destinava-se a pessoas com um poder aquisitivo elevado que iam lá realmente para consumir. Depois de um tempo, começamos a notar pequenas "rebeliões" pacifistas contra essa fragmentação espacial quando punks, góticos e outros grupos marginalizados pela sociedade começaram a frequentar aquele ambiente destinado apenas para o consumo. Bater de frente contra essa separação é mostrar que a nossa democracia não sofreu uma "camarotização" e que a igualdade e a liberdade é um direito a todas camadas sociais brasileiras independentemente de parâmetros salariais ou culturais.