Título da redação:

Holocausto capitalista

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 01/02/2015

Durante os últimos séculos, a democracia foi a objeção humana mais pretendida pelas classes sociais menos favorecidas. A realidade da segregação vem sendo contrastada pelo direito de igualdade desde o Holocausto, praticado pelos nazistas entre as grandes guerras mundiais, até o Apartheid, durante a década de 1990 na África do Sul. No Brasil, o episódio mais realístico e perturbador dessa realidade foi a escravidão (separação entre os brancos ricos e os negros escravos). A Lei Áurea aboliu-a, mas hoje, a ideia de segregação vem ganhando uma nova conotação. A constante expansão do capitalismo moderno junto com o apogeu da globalização fez surgir um fenômeno que chamamos de “segregação monetária”. Ou seja, aquele possui um maior poder aquisitivo tem mais chances de ter uma boa qualidade de vida, e aquele que não tem, já sabemos como será futuro. As conduções de vida das classes sociais são determinadas, simplesmente, pelo dinheiro que possuem. A pirâmide social, ao longo do tempo, que já foi injusta, parece que está se tornando cada vez pior. Segundo pesquisas recentes, o Brasil, considerado um país emergente, recolhe mais impostos do que um país bastante desenvolvido com a Suécia. Mas mesmo assim, nossa nação continua sendo uma das mais desiguais do mundo. Então, essa separação entre quem tem ou não dinheiro, acaba se contrastando com o papel do Estado de regulamentação dessas desigualdades e a manutenção da almejada democracia. É dever do dele manter uma sociedade no qual, independentemente das condições possuem, seus indivíduos consigam viver dignamente e distantes desses fenômenos de separação social. Uma melhor administração pública, junto com uma distribuição de renda menos desigual e a garantia e a manutenção dos direitos básicos de sobrevivência, acabariam, no Brasil e em qualquer lugar do mundo, com esses “apartheids modernos”. Portanto, embora cada vez mais estejamos sujeitos e sob influência de culturas estrangeiras totalmente capitalistas e segregacionistas, devemos ignorá-las e cobrar um Estado cada vez mais participativo. Com isso, podemos deixar de lado os camarotes nos estádios, vivenciar uma sociedade igualitária e aproveitar o verdadeiro sentido de ir ao jogo de futebol: exterminar as diferenças e celebrar a igualdade.