Título da redação:

Cultura de classe e segregação social.

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 01/06/2015

O processo de construção do Estado brasileiro, bem como sua industrialização, foi marcado pela concentração das atividades e logo do capital em áreas e nas mãos de grupos específicos. Mas qual a grande consequência da desigualdade social entre as classes? A camarotização da sociedade, uma questão socio-econômica e cultural. Uma sociedade camorotizada, é aquela onde suas classes sociais estão física e culturalmente separadas. As causas da desigualdade social em uma democracia são variadas, destacando-se, como se criou essa barreira entre classes. Vivemos em uma sociedade marcada pela concentração fundiária e industrial, onde desde o período colonial o capital gerado é monopolizado nas mãos de uma elite, os grandes latifundiários ou pecuaristas e mais tarde os empresários donos de fábricas, em oposição aos pequenos agricultores e ao proletariado, que ficam a margem e excluídos inclusive de certas decisões políticas, que visam beneficiar uma minoria, como foi o Convênio de Taubaté e entre outras medidas da República velha. Mesmo com a atual ascensão da classe C, nota-se a camarotização cada vez mais presente na sociedade, em função do cunho social desse problema. Houve o desenvolvimento do que Pierre Bourdieu chamou de "cultura de classe", onde a estrutura capitalista faz-se criar classes com visões de mundo diferentes, já que estes tem acesso a meios culturais distintos. Assim mesmo com a mudança da sua posição econômica, o indivíduo já tem suas próprias percepções e já está inserido na sua cultura de classe, não mudando de classe social. Diante disso, fica evidente que a camoritização tem efeitos que vão alem do campo social, interferindo indiretamente em decisões políticas e afetando a nossa frágil democracia. Para diminuir a desigualdade social o governo deve investir em políticas de desconcentração industrial, oferecendo incentivos fiscais para áreas menos urbanizadas, além de promover a reforma agrária. A conscientização da sociedade seria feita a partir de campanhas midiáticas em parceria com ONGs, que promoveriam eventos de interação entra as diversas classes sociais.