A expressão "VIP" vem do inglês "Very important people" e significa pessoa muito importante e é assim que quem compra ingressos para camarotes querem ser reconhecidos. Apesar da pequena distância entre o espaço do camarote e o restante das pessoas, no sentido ideológico a separação se torna gigantesca. Em uma espécie de "camarotização", o infeliz hábito de se dividir em rico e pobre, além de criticar e discriminar classes inferiores, está atingindo a sociedade brasileira. Com os programas governamentais, o suposto pobre pode ter acesso a serviços e passeios que antes eram exclusivos da elite, como por exemplo, viajar de avião. Como consequência, a discriminação aumentou, já que dividem praticamente o mesmo espaço. Um fato que comprova isso é o caso da professora da PUC que debochou em sua rede social de um homem que estava no aeroporto utilizando como vestimentas camiseta e bermuda. O que ela não sabia é que o tal homem era um renomado advogado mineiro de mesma classe social que a sua. Além da segregação social, outro fato preocupante é o risco que a democracia sofre. O cidadão, em teoria, deveria ter uma vida comum, isto é, conviver com as diferenças e tendo todos os mesmos direitos e deveres. Porém, em um reflexo da sociedade desigual brasileira, há uma divisão que vai além de comprar mais caras por conforto ou status: a segregação já atinge os níveis de escolaridade. Prova disso são os resultados por escola do ENEM, em que é possível ver a discrepância entre o ensino público e o privado. Fica evidente, portanto, que o Brasil, hoje, possui uma barreira invisível que separa as classes. É preciso investir nas escolas públicas, como nos países europeus, para que todos possam ter acesso igual a educação. Além disso, é preciso que a sociedade perceba o mal que faz tal separação e discriminação, pois perante a lei, todos são iguais.