Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A banalização do diagnóstico de TDAH

Redação enviada em 23/04/2018

O TDAH é um problema neurológico, mais comumente observado em crianças, que afeta a capacidade de foco e a atenção do indivíduo. Dessa forma, o distúrbio necessita de acompanhamento médico. No entanto, o diagnóstico desse transtorno, muitas vezes, não é feito de maneira correta no Brasil, o que aumenta o uso indevido de medicamentos para seu tratamento. Nesse sentido, deve-se analisar como as escolas e a indústria farmacêutica afetam a problemática em questão. A atuação das escolas é o principal fator que contribui para o reconhecimento errôneo do TDAH. Isso ocorre porque, ao identificar um aluno que não consegue se concentrar nas aulas, professores e membros da direção imediatamente consultam os pais da criança que, seguindo a cultura do imediatismo presente na contemporaneidade, buscam rapidamente psiquiatras para o jovem. Assim, as instituições educacionais, ao atrelarem a dificuldade de concentração de seus estudantes somente às características neurológicas desses, desconsiderando possíveis falhas no sistema de ensino, contribuem para a venda inadequada de medicamentos. Somada à atuação das escolas, a indústria farmacêutica também influencia na banalização do diagnóstico de TDAH. Isso acontece pois, assim como afirmou o sociólogo Karl Marx, as pessoas da sociedade moderna, em virtude do capitalismo, estão preocupadas apenas com a questão do lucro. Desse modo, a esfera de fármacos busca aumentar seu rendimento financeiro, o que faz com que várias drogarias, por exemplo, vendam medicamentos para o tratamento de TDAH sem prescrição médica, incentivando, assim, o uso indevido desses remédios. Torna-se evidente, portanto, que as escolas e a rede farmacêutica afetam a banalização do diagnóstico de TDAH. O MEC, em parceria com o Ministério da Saúde, deve criar incentivos fiscais para que trabalhem, nas instituições de ensino, psiquiatras pediátricos que possam, dentro da própria escola, analisar se a criança tem ou não esse distúrbio, diminuindo, assim, o número de diagnósticos incorretos. Além disso, as Secretarias Estaduais de Saúde devem promover, nas farmácias, fiscalizações rigorosas quanto a venda de medicamentos sem receita médica. Dessa forma, a problemática será abrandada e o TDAH será finalmente tratado de maneira fidedigna.